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SÃO PAULO – A BM&FBovespa (BVMF3) divulgou nesta segunda-feira carta aberta aos acionistas defendendo sua proposta de união com a Cetip (CTIP3) na qual afirma que a operação “de forma alguma” seria um obstáculo para o surgimento de outras bolsas ou plataformas de negociação concorrentes no Brasil.
A operadora da bolsa paulista elevou em meados deste mês a proposta pela central depositária de títulos para o equivalente a 41 reais por ação. Os maiores acionistas da Cetip estão dispostos a aceitar a maior parte dos termos da oferta, disseram à Reuters três fontes familiarizadas com o tema na semana passada.
Na carta divulgada a acionistas, a BM&FBovespa elenca como vantagens de um eventual acordo a maior diversificação de receitas da companhia combinada, a oportunidade de desenvolvimento de novos negócios, assim como a geração de importantes sinergias de despesas e investimentos.
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Também destaca a possibilidade de unir esforços para desenvolver serviços de suporte ao crédito bancário e maiores oportunidades para oferta de serviços de administração de garantias e de ônus e gravames, a partir da combinação das centrais depositárias.
A operadora da bolsa paulista cita ainda, do ponto de vista dos participantes dos mercados, a economia da ordem de dezenas de bilhões de reais em termos de capitais alocados para a realização de operações.
Outro argumento da bolsa é que a Cetip, em algum momento, teria que contar com a garantia de um sistema de contraparte central (CCP) para os registros de derivativos de balcão, podendo usar o da BM&FBovespa em vez de desenvolver o seu próprio ou contratar um estrangeiro, o que seria mais eficiente do ponto de vista da competitividade. Os sistemas de contraparte central são utilizados para a liquidação de contratos derivativos de balcão.
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Na sua avaliação, a existência de uma única CCP “de forma alguma” seria um obstáculo para o surgimento de outras bolsas ou plataformas de negociação concorrentes no país.
“A companhia está preparada para oferecer serviços de CCP para outras plataformas de negociação de ações que vierem a se instalar no Brasil, uma vez autorizadas pelos reguladores”, disse no documento.
“A consolidação das centrais depositárias da BM&FBovespa e da Cetip tampouco constituiria obstáculo ao surgimento de outras bolsas no Brasil”, acrescentou.
Fontes afirmaram à Reuters que a Cetip pretende dar uma resposta à BM&FBovespa, décima maior bolsa do mundo em valor de mercado, a partir desta semana.
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