BM&F Bovespa: parceria com o CME Group recebe avaliações divergentes

Enquanto a Link acredita que acordo fará de BM&F Bovespa um player global, Ativa afirma que já aguardava parceria

Luis Madaleno

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SÃO PAULO – A BM&F Bovespa (BVMF3) celebrou na última sexta-feira (12) um acordo com o grupo norte-americano CME no qual elevará sua participação na empresa de 1,8% para 5%, mediante o pagamento de cerca de US$ 620 milhões. Com isto, o valor de sua fatia se aproximará de US$ 1 bilhão.

O objetivo da parceria, segundo a BM&F Bovespa, é identificar e analisar oportunidades de investimento e de parcerias comerciais com outras bolsas do mundo, bem como o desenvolvimento de uma nova plataforma eletrônica de negociação voltada para derivativos, ações, renda fixa, ativos de balcão e taxa de câmbio à vista, de modo à ampliar a velocidade do giro de negócios.

Além disso, ambas as empresas serão agora sócias estratégicas globais, podendo cada uma indicar um representante para participar do conselho de administração da outra.

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Player global
Para a Link Corretora, o acordo é um fato “bastante positivo para a BVMF”, à medida que dá a chance de ela vir a tornar-se um player global, julgando ainda que a criação da nova plataforma “será de fundamental importância para garantir o aumento de fluxo e eficiência na negociação”.

A avaliação positiva fez com que a corretora reiterasse sua recomendação outperform (desempenho superior à média do mercado) para os papéis da companhia, com um preço-alvo em R$ 15,20 para o final de 2010.

Em relação aos recursos necessários para a aquisição, a corretora avalia não ser algo preocupante, dado o modelo de negócio de empresa – o qual “possui como característica a própria geração de caixa”.

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Já quanto ao investimento que a BM&F Bovespa planeja despender na construção da nova plataformas (cerca de US$ 175 milhões em 10 anos), os analistas sublinham que ele não deverá impactar de forma significativa o caixa da companhia.

Postura neutra
Por outro lado, a Ativa Corretora mantém uma postura mais neutra em meio aos anúncios, julgando que o fato já era esperado. Os analistas salientam ainda o fato de a BM&F Bovespa estudar se capitalizar por meio do mercado de renda fixa, afirmando que o fato parece sensato, já que o nível de endividamento da empresa é nulo.

“Entendemos que essa iniciativa não deverá surtir aumentos de volume relevantes do fluxo CME-BM&F Bovespa, estando este mais intimamente ligado às condições de mercado”, afirma a Ativa. Com isso, a corretora mantém o preço-alvo em R$ 13,72 por ação ao fim deste ano.