Bloqueio em Suez, seca no Panamá: as ações da B3 que podem ser afetadas com a nova “crise marítima”

Analistas ainda monitoram impactos, mas já estão de olho em efeitos para empresas de autopeças e de logística

Lara Rizério

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Grave seca na região do canal do Panamá, ataques a embarcações feitas pelos houthis abalando a navegação pelo Canal de Suez, fazendo com que diversos navios tenham que desviar de suas rotas, elevando preços de fretes e podendo causar prejuízos milionários. Há quem diga que esses fatores levam a maior crise marítima desde a pandemia da Covid-19.

Os impactos ainda não foram fortemente sentidos por aqui, mas analistas já começam a monitorar quais empresas da Bolsa brasileira têm a sofrer ou a ganhar com os últimos acontecimentos.

Os fabricantes de veículos, por exemplo, podem enfrentar mais uma vez por conta dos problemas logísticos. O Brasil recebe produtos importados da Ásia a partir da rota do Mar Vermelho e poderá ter atrasos nas entregas e custos extras de transporte.

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Para o Bradesco BBI, a produção de veículos no Brasil pode sofrer. Por outro lado, pode ser uma oportunidade para a divisão de motion control (campo da automação industrial que engloba sistemas responsáveis por movimentações de máquinas com alto grau de precisão) da Randoncorp (RAPT4), Fras-le (FRAS3) e da Mahle Metal Leve (LEVE3).

Especificamente sobre a seca no Canal do Panamá, a Rumo (RAIL3) pode ser beneficiada na visão dos analistas do banco, já que as tradings podem preferir exportar grãos do Brasil para a China em vez dos EUA.

Com uma análise voltada sobre como essas questões podem afetar o maior porto do Brasil, o porto de Santos, e também a operadora Santos Brasil (STBP3), o BTG Pactual citou efeitos diferentes.

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Os analistas esperam impactos apenas indiretos em Santos por conta das interrupções no Canal de Suez, como aumento do tempo de transporte e tarifas de frete de contêineres mais altas. Já a a seca no Panamá poderia aumentar temporariamente os volumes de transbordo em Santos devido ao redirecionamento.

“Ainda assim, não consideramos que nenhum dos problemas seja relevante o suficiente para alterar nossa perspectiva de volume para 2024 em Santos, especialmente se forem apenas temporários. Já temos premissas conservadoras de volume em 2024 para Santos Brasil (crescimento de volume de 3-4% a/a), enquanto a melhoria dos preços deve impulsionar a expansão do Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações]”, afirmam os analistas. O banco tem recomendação de compra para STBP3, com preço-alvo de R$ 13.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.