BlackRock vê Brasil e a Indonésia como os mercados de títulos mais atraentes

Para gestora, perspectiva de cortes nos juros pelo banco central em países como Brasil e Indonésia ajudarão a prolongar a maior alta das dívidas em pelo menos 13 anos

Bloomberg

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(Bloomberg) – Procurando uma forma de tirar ainda mais proveito da alta dos mercados emergentes? A maior gestora de recursos do mundo está apostando em títulos em moeda local.

A BlackRock, que administra US$ 4,6 trilhões em ativos em todo o mundo, disse que a perspectiva de cortes nos juros pelo banco central em países como Brasil e Indonésia ajudarão a prolongar a maior alta das dívidas em pelo menos 13 anos. A rival Schroders, com sede em Londres, também está recomendando a compra de títulos locais dos emergentes, prevendo que elas serão a classe de ativo de melhor desempenho neste ano.

Os economistas estimam que os bancos centrais de países como Turquia e Rússia reduzirão os juros nos próximos meses à medida que as taxas de câmbio se estabilizarem, aliviando as pressões inflacionárias, após uma crise que derrubou moedas como o rublo e o real em mais de 20 por cento em relação ao dólar em 2015. Títulos locais de mercados emergentes têm um yield de 6,37 por cento em média, 63 pontos-base a mais que os títulos em dólares dos países em desenvolvimento, segundo os índices JPMorgan Chase.

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“Estamos em um ponto favorável para os ativos dos mercados emergentes”, disse Richard Turnill, estrategista-chefe global de investimentos da BlackRock, em nota técnica na terça-feira. “Geralmente preferimos dívidas em moeda local dos mercados emergentes em vez de dívidas em dólares. Os cortes de juros pelos bancos centrais dos mercados emergentes em meio à inflação mais baixa deverão respaldar muitos mercados de juros locais”.

A postura otimista da BlackRock frente às dívidas locais contrasta com a posição geral neutra sobre os títulos dos países em desenvolvimento e com a posição underweight para a renda fixa global. Em fevereiro, a gestora de recursos previu de forma precisa a recuperação dos mercados emergentes.

Brasil, Indonésia
Turnill identificou o Brasil e a Indonésia como os mercados de títulos domésticos mais atraentes. O país latino-americano reduzirá suas taxas de juros de 14,25 por cento para 13,45 por cento até o fim de 2016, segundo a mediana das projeções de 19 economistas consultados pela Bloomberg. A taxa básica da Indonésia deverá cair de 7,5 por cento para 6,65 por cento, mostrou uma pesquisa separada com 27 analistas.

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A Rússia e a Turquia também têm a flexibilidade de reduzir as taxas de empréstimo neste ano, tornando títulos locais atraentes, segundo James Barrineau, gestor de recursos da Schroder Investment Management em Nova York. As notas de 10 anos de ambos os países rendem mais de 9 por cento, contra yields de 1,93 por cento dos títulos do Tesouro dos EUA equivalentes e de menos 0,10 por cento da dívida japonesa.

“Os títulos em moeda local provavelmente serão a classe de ativo de melhor desempenho neste ano”, disse Barrineau, que ajuda a administrar cerca de US$ 89 bilhões em ativos de renda fixa. “Estamos em um ambiente no qual o sentimento eleva todos. É só questão de saber em quanto um superará o desempenho do outro”.

‘Ciclo virtuoso’
Títulos locais dos mercados emergentes entregaram retornos de 6,2 por cento neste ano aos investidores, segundo os índices JPMorgan, os maiores no período pelo menos desde 2003, ano mais antigo com dados disponíveis.

O governo argentino “agiu muito mais rapidamente do que a maioria de nós havia esperado em termos de normalização das relações com os mercados” e tem mantido “um nível relativamente alto de aprovação popular”, disse William Landers, gestor de recursos e diretor-gerente da BlackRock, em entrevista coletiva em Nova York.

A segunda maior economia da América do Sul atraiu quase US$ 70 bilhões em ofertas em sua primeira venda de títulos internacionais em 15 anos na semana passada, vendendo US$ 6,5 bilhões em títulos de 10 anos com yield de 7,5 por cento, US$ 2,75 bilhões em títulos de três anos com yield de 6,25 por cento e US$ 4,5 bilhões em títulos de cinco anos.

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