Bitcoin dispara 9% com o acirramento da guerra comercial; entenda por quê

Maior criptomoeda do mundo voltou para US$ 11 mil, sua máxima em três semanas, com investidores buscando ativos para proteção

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em meio ao pânico dos mercados globais por conta do acirramento da guerra comercial entre Estados Unidos e China, o Bitcoin dispara mais de 9% e supera a marca dos US$ 11 mil com investidores olhando para a criptomoeda como um “porto seguro”.

Às 12h10 (horário de Brasília), o Bitcoin operava com ganhos de 8,75%, aos US$ 11.749, enquanto no Brasil a moeda digital era cotada a R$ 46.334, com valorização de 8,88%. Este é o maior valor do criptoativo – que agora corresponde a cerca de 70% do mercado – em três semanas.

Não é de hoje que analistas apontam que a maior criptomoeda do mundo pode ser considerada um ativo de proteção contra estas tensões globais. Nas últimas semanas, muitos especialistas já indicavam que se ocorresse uma piora deste cenário entre EUA e China, poderia haver uma alta no preço do Bitcoin.

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“O Bitcoin tem muitos casos de uso e um dos mais importantes é como uma forma de ouro digital”, disse Charles Hayter, CEO da plataforma de comparação de moedas digitais CryptoCompare, à CNBC. “Nós já vimos o Bitcoin saltar antes em meio a incerteza macro à medida que se torna um ativo de fuga para a segurança”, explica.

Safiri Félix, especialista em criptoativos e apresentador do programa Bloco Cripto na IMTV, destaca que nestas situações, um dos principais ativos buscados pelos investidores é o ouro. Nesta segunda, o metal precioso dispara 1,45%, cotado a US$ 1.478, sua máxima em seis anos.

“A medida que a noção de o Bitcoin também pode servir como uma espécie de macro hedge [proteção] contra a instabilidade do sistema financeiro global, um fluxo crescente de capital tende a buscar diversificação nos ativos digitais”, explica Félix. “Cada vez mais ouro e Bitcoin tendem a competir pela exposição destinada a ativos de proteção”, completa.

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Nesta madrugada, a China contra-atacou a decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de impor tarifas sobre US$ 300 bilhões em produtos chineses.

A segunda maior economia do mundo enfraqueceu o yuan, que ultrapassou 7 por dólar, no nível mais fraco em uma década, além de pedir a estatais para suspender as importações de produtos agrícolas dos EUA.

Com isso, os índices americanos Dow Jones e S&P500 caem cerca de 2%, enquanto o Nasdaq, que engloba as ações de tecnologia, afunda 2,6%. Por aqui, o Ibovespa cai 2,1%, voltando para a casa dos 100 mil pontos, enquanto o dólar dispara 1,30%, para R$ 3,94.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.