Bitcoin e outras criptomoedas irão cair 90% e poucas irão sobreviver, diz banco de investimentos

Em relatório, a GP Bullhound afirma que correção irá "apagar" o valor de mercado destes ativos, mas irá deixar o mercado mais maduro

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Apesar de um início de segundo trimestre bastante positivo, não é hora dos investidores se empolgarem e o melhor é se preparar para uma queda de 90%, o que irá “apagar” o valor de mercado destes ativos. Este é o alerta dado pelo banco de investimentos GP Bullhound em um relatório recente, segundo informações da CNBC.

Esta derrocada, segundo os analistas, deve ocorrer dentro dos próximos doze meses e deixará apenas “algumas poucas empresas” sobreviventes. No documento, a empresa avalia não só as criptomoedas e seu futuro, mas também os rumos da tecnologia blockchain e dos ICOs (Ofertas Iniciais de Moedas, na sigla em inglês).

Sebastian Markowsky, diretor da GP Bullhound e chefe do relatório, explica que investidores institucionais devem entrar no mercado e puxar os preços para cima. Enquanto isso, investidores tradicionais passarão a comprar mais criptomoedas a preços elevados. Diante disso, quando o mercado começar a cair nos próximos meses, isso irá levar a fortes vendas, criando um grande pânico e derrubando o mercado com mais força.

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“No entanto, uma vez que este ‘cripto-inverno’ passe, a dinâmica de crescimento para os poucos sobreviventes do mercado será algo sem precedentes”, escreve Markowsky no relatório. Atualmente existem mais de mil moedas digitais diferentes e muitas continuam sendo criadas, o que eleva a desconfiança de especialistas sobre um exagero em relação a estes ativos.

Atualmente, Bitcoin, Ethereum e Ripple são os três maiores ativos do mercado de criptomoedas. Após baterem preços máximos históricos em dezembro, estas moedas tiveram uma forte correção e desabaram nos três primeiros meses de2018. Por outro lado, em abril os investidores viram uma boa recuperação, com o bitcoin, por exemplo, subindo mais de 30%.

Em seu relatório, a GP Bullhound também comenta o exagero dos ICOs, mecanismo usado para empresas emitirem seus próprios tokens e levantarem fundos para seus negócios. Estas ofertas chegaram a US$ 4 bilhões em 2017, segundo o banco de investimentos.

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Por outro lado, junto com esse “boom”, também aumentaram o número de fraudes, com promessas de lucros que nunca ocorreram ou até vendendo um token que não existe. Para a GP Bullhound, o financiamento via ICO irá continuar, mas de forma mais madura.

“Não é possível levantar dinheiro baseado apenas em um whitepaper. Acho que as pessoas precisarão ver mais dos produtos”, disse Markowsky à CNBC, ressaltando que o investimento feito sem nem mesmo uma visão do produto pela empresa emissora não deverá mais acontecer, o que deve reduzir bastante os casos de fraude.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.