Criptomoeda da Venezuela prejudica imagem do Bitcoin e Ethereum, diz instituto dos EUA

Os especialistas afirmam que os danos causados ao mercado devem ser maiores que a ajuda que a moeda dará à Venezuela

Rodrigo Tolotti

Publicidade

SÃO PAULO – Já faz alguns meses que a Venezuela tem chamado atenção com sua iniciativa de criptomoeda própria, o petro. Lastreada na produção de petróleo, o presidente Nicolás Maduro pretende usar a moeda como forma de recuperar a economia do país e e driblar as sanções internacionais que tem pesado para o governo conseguir mais dinheiro. Mas este projeto pode ter grande impacto no mundo das moedas digitais.

Segundo o instituto de pesquisa norte-americano Brookings, a petro pode prejudicar a imagem e integridade de criptomoedas legítimas, como o bitcoin e ethereum. Os especialistas afirmam que os danos causados ao mercado devem ser maiores que a ajuda que a moeda dará à Venezuela.

“Existe um perigo muito real de que o petro não apenas falhará para resolver os problemas econômicos do país, mas também enfraquecerá a integridade das criptomoedas”, diz o artigo publicado pelo instituto.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Quer investir em ações pagando só R$ 0,80 de corretagem? Clique aqui e abra sua conta na Clear

Entre os principais problemas desta nova moeda digital está exatamente o seu lastro no petróleo. Segundo o Brookings, a forte variação dos preços da commodity podem levar o petro e ter flutuações fortes e de forma muito rápida, se tornando um ativo bastante instável. Tudo isso sem contar a falta de confiança no próprio governo venezuelano.

“Não está claro qual (e se vai haver) uso o petro tem para os especuladores estrangeiros. O white paper da moeda limita seu uso aos cidadãos venezuelanos para o pagamento de impostos, taxas e serviços públicos”, explica o Brookings lembrando que até agora boa parte do financiamento feito na pré-venda veio de estrangeiros. Na semana passada, Maduro afirmou que já haviam sido arrecadados mais de US$ 5 bilhões.

Continua depois da publicidade

O peso desta “mancha” na imagem de outras moedas digitais pode não ser tão grande, mas o problema realmente existe. Assim como uma notícia sobre crimes cometidos com bitcoin, como o ocorrido esta semana em um desdobramento da Operação Lava Jato no Rio, qualquer problema ou prova de que o governo de Maduro está se aproveitando do mercado de criptomoeda para ganhar dinheiro de forma ilegal irá prejudicar a forma como novos invetidores olham para estes ativos.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.