Banco suíço cria primeiro valuation de Bitcoin e dá uma grande má notícia para os investidores

Analista criou uma fórmula para a criptomoeda e vê que preço está muito acima do que poderia ser considerado justo

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Um dos grandes debates sobre o bitcoin é como saber se o preço que ele está valendo hoje está alto ou baixo. Técnicas de valuation para criptomoedas ainda estão começando a ser desenvolvidas, mas a equipe de analistas do Credit Suisse na Austrália diz ter chego no que eles chamam de “valor justo” do bitcoin. E ele é bem menor do que a moeda vale hoje.

Segundo o analista Damien Boey, o valor da maior criptomoeda do mundo deveria ser de US$ 6 mil, indicando que a moeda, mesmo com a queda recente, ainda tem espaço para cair quase 50% em relação ao atual patamar, de US$ 11.700.

Ele acredita que o preço do bitcoin se dá, em primeiro lugar, em função do network value, ou seja, pelo aumento de pessoas que usam a rede da moeda, algo semelhante ao que acontece com o Facebook. Em outro ponto, ele destaca também o efeito das mudanças nos spreads de crédito BBB, que, segundo Boey, explica mais de 95% da variação do bitcoin.

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O analista estima que que um aumento de 1% no spread de crédito BBB, causaria uma redução de 100 pontos-logarítmicos no preço do bitcoin. “No extremo, isso poderia implicar que a alavancagem tem sido utilizada para financiar investimentos no bitcoin ao longo do tempo”.

“Alternativamente, isso poderia significar simplesmente que a avaliação de bitcoin é altamente sensível a qualquer coisa que tenha impulsionado os spreads de crédito nos últimos anos (por exemplo, o programa de flexibilização quantitativa dos bancos centrais)”, afirma Boey no relatório.

Com os spreads próximos das mínimas históricas, os bancos centrais provavelmente devem reduzir a compra de ativos, contribuindo para um aumento dos spreads, o que levaria a um queda do preço do bitcoin, avalia ele. Além disso, há ainda um risco grande por conta de possíveis restrições dos Bancos Centrais, caso estes percebam uma ameaça ao “status quo”.

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Boey disse que há uma certa ironia neste cenário, dado que o criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto, lançou a moeda como um “antídoto” aos sistemas monetários controlados pelos bancos centrais propensos a manipulação. Porém, com base nesta correlação do Bitcion com os spreads de crédito, parece que os programas de flexibilização quantitativa dos bancos centrais globais podem, de fato, ter servido para sustentar o valor de Bitcoin.

Por fim, o analista afirma que o Bitcoin representa uma oportunidade de compra caso os investidores consigam encontrar uma maneira de modelar efetivamente a dinâmica do mercado.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.