Pânico no Bitcoin: queda generalizada é lição para quem se empolgou, diz Fernando Ulrich

Para o especialista, cenário lembra que as pessoas não devem se endividar para comprar moedas, mas também pode ser bom momento para compra

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O mercado de criptomoedas acordou em choque nesta terça-feira (16), com praticamente todas as moedas digitais caindo forte, levando o Bitcoin para seu menor patamar desde dezembro. A tensão segue vindo da Ásia, onde tanto China quanto Coreia do Sul estão ameaçando suspenderem a negociação nas exchanges.

O movimento negativo veio depois de novos comentários do ministro da economia da Coreia do Sul, Kim Dong-yeon, que, em entrevista a uma estação de rádio local, afirmou que o governo já está trabalhando em medidas para conter a “irracionalidade” motivada pelas criptomoedas. Segundo ele, fechar as exchanges locais ainda é uma opção.

Enquanto isso, segundo informações da Reuters, um integrante do banco central chinês disse que as autoridades devem proibir a negociação centralizada de moedas virtuais, bem como indivíduos e empresas que fornecem serviços relacionados, segundo um memorando interno de uma reunião do governo visto pela própria agência de notícias.

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No memorando, descrevendo os detalhes das discussões em uma reunião de reguladores da Internet e outros formuladores de políticas na semana passada, o vice-diretor do PBOC (Banco Central Chinês), Pan Gongsheng, disse que o governo continuaria a exercer pressão sobre o comércio da moeda virtual afim de evitar a acumulação de riscos nesse mercado.

Apesar de todo este pânico no mercado, para Fernando Ulrich, especialista em criptomoedas do grupo XP Investimentos, esta “correção já era mais que esperada”. Em dezembro, o Bitcoin disparou mais de 100% em poucos dias para logo em seguida começar a cair forte e desde então não tem tido força para se recuperar.

Ulrich lembra que não é a primeira vez que o mercado passa por isso. Entre 2012 e 2013, o preço do bitcoin subiu 85 vezes, movimento que se seguiu ainda por alguns meses daquele ano, para em 2014 afundar 72% e chegar ao patamar de US$ 320. Em 2015, a moeda digital chegou a cair para US$ 150.

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Na tarde desta terça-feira, o Bitcoin registrava queda de quase 20%, recuando para US$ 11.688, enquanto outras das maiores moedas digitais também afundavam, caso do Ethereum, com perdas de 18%, e do Ripple, desabando 25%.

“Cá estamos em 2018 e o mercado está todo no vermelho hoje. A maior parte dos comprados em criptos jamais viu um bear market. Veremos uma reprise de 2014 neste ano? Não sei. Mas uma correção já era mais que esperada”, afirma o economista.

Ulrich reforça que não é momento para pânico, sendo, inclusive, uma janela de oportunidade de compra para quem segue uma estratégia focada em longo prazo e de olho em preço médio.

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Além disso, esta queda generalizada também reforça a lição para quem se empolgou com o mercado: “esse é um lembrete de que criptomoedas são uma classe de ativos com muito mais risco que investimentos tradicionais. E não se deve hipotecar a casa para surfar esse mercado. Jamais”, conclui o especialista da XP.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.