Bitcoin tem 2º dia de forte queda e perde os US$ 30 mil pela primeira vez desde janeiro

Moedas digitais continuam caindo forte nesta terça seguindo as notícias de repressão chinesa a mineradores e empresas de criptomoedas

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O Bitcoin segue em forte queda pelo segundo dia seguido nesta terça-feira (22), chegando a perder o patamar de US$ 30 mil pela primeira vez desde 21 de janeiro deste ano conforme o governo da China segue pressionando mineradores e empresas ligadas a criptoativos.

A moeda digital chegou a subir mais cedo, alcançando cerca de US$ 33.200, mas voltou a perder força e às 12h (horário de Brasília) recuava 7,73% no acumulado de 24 horas, a US$ 30.469, após chegar a US$ 28.993 pela manhã. Em reais, a queda era de 9%, para R$ 150.539.

O cenário também é negativo para a maior parte das outras moedas digitais, sendo que todos os 50 maiores criptoativos registram queda (com exceção para as atablecoins que possuem cotação estável), levando a um recuo de quase 11% no valor total do mercado, que agora é de US$ 1,2 trilhão.

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Entre as maiores moedas, o Ethereum registra perdas de 14,2%, cotado a US$ 1.719, enquanto a Binance Coin recua 25%, a US$ 230,42. A Dogecoin, que tem chamado atenção do mercado este ano, cai mais de 27% e perde o posto de 7ª maior criptomoeda, sendo que em 7 dias as perdas da moeda são de 48%.

O movimento negativo foi impulsionado pelo banco central chinês, que disse para os maiores bancos e empresas de pagamento da China fiscalizarem com mais firmeza o comércio de criptomoedas.

Desde 2017 o país já havia definido que não poderia haver exchanges atuando em seu território, porém, era possível que plataformas de balcão (OTC) baseadas no exterior ainda funcionassem, recebendo pagamentos e comprando criptomoedas de pessoas com residência na China.

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Agora, até essas plataformas não podem mais atuar no país. “Isso, basicamente, diz que agora as transações OTC não são legítimas … não temos permissão dos bancos para transferir dinheiro para compras e vendas de criptomoedas”, disse à Reuters Bobby Lee, chefe do aplicativo de carteira de criptomoedas Ballet e ex-presidente da BTC China, primeira bolsa de bitcoin da China.

Após a decisão, grandes bancos e empresas de pagamento chinesas, como o Agricultural Bank of China e a Alipay, disseram que vão intensificar o monitoramento dessas transações.

Além disso, a perseguição aos mineradores também ganhou força. Muitas mineradoras da província de Sichuan, no sudoeste da China, foram fechadas durante o fim de semana.

O jornal Global Times, ligado ao Partido Comunista, informou que mais de 90% da capacidade de mineração de bitcoin no país será encerrada. Desdobramentos semelhantes aconteceram nas regiões da Mongólia Interior e Yunnan, bem como houve alertas de Pequim para erradicar a mineração de criptoativos em meio a preocupações com seu consumo massivo de energia.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.