Bitcoin rompe US$ 40 mil com mercado digerindo sanções; Bank of America descarta “inverno cripto”

Investidores ignoram cenário de estagflação e reagem positivamente às sanções impostas à Rússia

Paulo Barros

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Após cerca de 10 dias, o Bitcoin (BTC) voltou a ser negociado acima dos US$ 40 mil no início da tarde desta segunda-feira (28). Às 13h42, a criptomoeda operava em alta de 5,53%, a US$ 41.238.

O salto ocorreu pouco após a abertura dos mercados nos EUA, com investidores digerindo positivamente o efeito das sanções impostas à Rússia. “A medida para isolar e paralisar a economia da Rússia parece ter uma reação positiva do mercado no momento”, disse Lennard Neo, analista da Stack Funds.

Compradores de Bitcoin parecem ignorar a cada vez maior probabilidade de estagflação, cenário que alia inflação alta com baixo crescimento econômico.

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Dados fornecidos pela empresa de análise de blockchain Glassnode mostram que a média de sete dias do número de moedas mantidas em exchanges centralizadas paira perto das mínimas dos últimos anos, em sinal de sólido sentimento de alta de preços.

Os investidores normalmente movem suas moedas para exchanges quando pretendem liquidar suas participações, e realizam o movimento inverso quando não têm interesse em desfazer posições.

Dados da empresa especializada em derivativos de criptomoedas Skew também apontam que a demanda por opções de venda (put) de Bitcoin enfraqueceu, apesar da escalada da crise no fim de semana. A diferença entre opções de compra (call) e venda (put) está em 12%, ante 18% na quinta-feira (24), o que é considerado indicativo de otimismo.

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A comunidade de criptomoedas não parece preocupada com a perspectiva de os bancos centrais recorrerem a aumentos mais rápidos das taxas de juros para evitar a estagflação. Segundo o analista da CNBC James Pethokoukis, estrategistas do Goldman Sachs passaram a prever quatro aumentos adicionais de juros em 2023, além de sete aumentos de juros neste ano.

Em nota, o Bank of America afirma que o aperto monetário realizado pelo Federal Reserve, aliado aos problemas macroeconômicos, provavelmente limitarão a alta das criptomoedas nos próximos seis meses, mas não o suficiente para resultar em um “inverno cripto”.

Segundo analistas do banco americano, uma análise dos fluxos de criptomoedas entre carteiras pessoais e de corretoras mostra uma “falta de convicção direcional” no mercado, mas o nível de adoção de usuários e o crescimento na atividade de desenvolvimento no setor deverão impedir um cenário mais pessimista.

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No curto prazo, investidores parecem ganhar tempo no atual ambiente macroeconômico, disseram analistas do banco. Uma das pistas está no fluxo de entrada de stablecoins em corretoras de criptomoedas, que desacelerou significativamente pela segunda semana consecutiva – as stablecoins são, em geral, depositadas em exchanges com o objetivo de compras outras criptomoedas, como o Bitcoin.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos