Bitcoin perde os US$ 8 mil e bate mínima em dois meses, mas ainda acumula alta de 100% em um ano

Apesar das perdas dos últimos dias, o Bitcoin ainda acumula alta de 9% em 2020, enquanto o Ibovespa, por exemplo, tem queda de 22%

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Considerado por muitos como um “ouro digital”, que serviria como forma de proteção contra agitações do mercado tradicional, o Bitcoin não conseguiu se salvar da derrocada das bolsas globais nesta segunda-feira (9). Apesar disso, a criptomoeda segue com um desempenho bem superior no acumulado do ano.

Por volta das 18h (horário de Brasília), o Bitcoin registrava ganhos de 5,67%, cotado a US$ 7.866, voltando para níveis registrado em 7 de janeiro. Mais cedo, a maior criptomoeda do mundo chegou a acumular perdas de mais de 10% no acumulado de 24 horas. Em reais, o movimento é mais ameno, com perdas de 3,28%, a R$ 37.232.

Apesar destas perdas, o Bitcoin ainda acumula alta de cerca de 9% em 2020, enquanto o Ibovespa, por exemplo, tem queda de 22%. Já em doze meses, a criptomoeda tema ganhos de quase 100%, ao passo que a bolsa brasileira recua 8,6%.

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O movimento de hoje também puxa outros criptoativos. Das 40 maiores moedas digitais em valor de mercado, apenas uma registrava leves ganhos. No top3, o Ethereum cai 7,73%, a US$ 197, enquanto o Ripple (XRP) recua 4,81%, para US$ 0,204734.

Sobre esta queda dos últimos dias, puxada tanto pelo surto do novo coronavírus e agora pelo pânico com o petróleo, Safiri Felix, diretor da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto), afirma que a falta de entendimento e previsibilidade levou até o mercado cripto a sofrer impacto.

“O coronavírus foi o cisne negro de 2020, ninguém conseguiria precificar os impactos de curto prazo, o que se aplica inclusive ao Bitcoin”, afirma. “Por ser relativamente líquido, em um primeiro momento estamos vendo uma forte pressão vendedora, com muitos operadores aproveitando para embolsar lucros e cobrir perdas em outras classes de ativos”.

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Por outro lado, ele lembra que no mercado brasileiro a queda é relativamente menor do que a vista nas cotações em dólares. Isso porque a forte alta da moeda americana contra o real acaba amenizando o movimento do Bitcoin quando comparado com o exterior.

Mesmo com o pânico recente dos investidores e os holofotes voltados para a crise do coronavírus, Safiri ressalta que o principal evento para o Bitcoin ainda será o “hlaving”, evento em que a recompensa dos mineradores será reduzida pela metade, reduzindo a oferta da criptomoeda e levando a uma pressão de alta no preço.

“Efetivamente o evento mais importante para o Bitcoin segue sendo o ajuste da recompensa dos mineradores em maio. Caso o preço consiga se sustentar acima do custo de produção, quedas muito abruptas podem abrir boas oportunidades para alocações de longo prazo”, afirma o especialista.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.