Bitcoin já sobe 110% em 2023, mas pode apenas ter iniciado recuperação

Análise gráfica mostra que Bitcoin completou movimento de queda, reverteu tendência e está rumo a novos máximos – e ainda falta 100% pra chegar lá

Lucas Gabriel Marins

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Após despencar em 2022 em meio ao colapso de importantes players do setor, o Bitcoin (BTC) se recuperou em 2023 e subiu mais de três dígitos, puxado principalmente por fatores macroeconômicos e pelo otimismo em torno do primeiro ETF (fundo de índice) dos Estados Unidos com exposição à criptomoeda. Agora, está preparado para buscar novos máximos.

É o que mostram indicadores fundamentalistas e técnicos apontados pelo analista de criptoativos Günay Caymaz, do Investing.com. Segundo ele, há sinais de que, apesar da alta expressiva no ano, ainda há mais espaço para valorização.

“Existem múltiplos fatores que suportam essa reversão e continuação de tendência, que levou a principal criptomoeda do mercado a subir 110% este ano, tornando-se o melhor investimento de 2023 até o momento”, escreveu.

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Na análise técnica, diz, dois padrões vistos nos últimos anos se destacam. O primeiro deles envolve as retrações de Fibonacci – indicadores que indicam tendências na variação de preço de um ativo –, que mostrou, ainda em janeiro, a reversão da queda para um novo período de alta.

“A retração para a tendência de alta na temporada de valorização encontrou suporte em Fib 0,786. O fechamento mensal acima deste valor no período janeiro de 2023 surgiu como um sinal de recuperação”, disse Caymaz.

Outro indicador de destaque da criptomoeda é o topo duplo (o padrão em formato da letra “m” no gráfico abaixo), formado entre janeiro de 2021 e maio de 2022. Nele, a linha destacada corresponde ao patamar de US$ 34 mil que foi rompido de forma acentuada em maio de 2022 – e, agora, recuperado.

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Enviado por Günay Caymaz, da Investing.com.

“Como visto no gráfico mensal, o Bitcoin completou o padrão com uma retração média de 50% correspondente à profundidade do máximo”, escreveu Caymaz, indicando que a correção de preço da criptomoeda já estaria concluído, abrindo espaço para buscar novos topos.

O Bitcoin atingiu sua máxima histórica de US$ 69 mil em 10 de novembro. Apesar da disparada em 2023, o preço ainda se encontra quase 50% abaixo do topo.

Análise fundamentalista

Fatores fundamentalistas também sustentam a tese de recuperação do Bitcoin neste ano, e pavimentam o caminho de alta. Um deles, falou, é o aumento da expectativa do fim do ciclo do aperto monetário nos Estados Unidos.

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De acordo a ferramenta CME FedWatch Tool, 90,4% dos agentes do mercado apostam na manutenção da taxa atual, entre 5,25% e 5,50%, na próxima reunião sobre a política monetária do pais, agendada para dezembro. Quedas de juros costumam respingar de forma positiva nas criptomoedas.

Outro ponto que ajudou na valorização da moeda – e também é apontado como um dos principais catalisadores do ativo digital – é o primeiro ETF spot (à vista) de Bitcoin dos Estados Unidos. Em outubro, as gestoras BlackRock e Grayscale avançaram com seus produtos investimentos.

“Conforme se espalhavam rumores de que o ETF à vista seria aprovado em outubro, a demanda por Bitcoin disparou. Além disso, a suspensão do aumento das taxas de juros pelo Fed continuou a apoiar o mercado de cripto, confirmando as expectativas no início do ano”, escreveu.

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Por fim, segundo o analista, o halving também aparece como um impulsionador de preço. Previsto para ocorrer em abril de 2024, o evento corta pela metade a taxa de inflação do Bitcoin, que tem unidades limitadas.

Às 12h20, a criptomoeda era negociada a US$ 34.700, com perdas de 1,34% nas últimas 24 horas. No ano, porém, os ganhos são de 110%.

Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney