Bitcoin disputa com ouro categoria de porto seguro em pandemia

Investidores buscam ativos para se proteger de riscos ligados à desvalorização do dólar ou à aceleração da inflação

Bloomberg

(Shutterstock)

Publicidade

(Bloomberg) — O Bitcoin amplia sua liderança em relação ao desempenho do ouro e tenta ocupar o lugar do metal precioso como proteção contra riscos, tais como maior desvalorização do dólar ou aceleração da inflação.

O salto de quase 150% do Bitcoin em 2020 coloca o preço da moeda digital em relação ao ouro no maior nível em quase três anos, segundo dados compilados pela Bloomberg. A valorização ocorre quando investidores buscam proteger os portfólios em meio a previsões de que o dólar poderia se desvalorizar até 20% no próximo ano com a recuperação econômica após a pandemia.

“O Bitcoin parece ser o hedge preferido contra a desvalorização do dólar americano que se aproxima, seja por meio de mais flexibilização quantitativa do Federal Reserve, maior dívida pública ou uma curva de juros mais inclinada – ou todos os três”, disse por e-mail Jeffrey Halley, analista de mercado sênior da Oanda Asia Pacific.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Leia mais:
Bitcoin dispara 50% em um mês, supera os US$ 18 mil após 3 anos e se aproxima da máxima histórica

A base de investidores do Bitcoin também se amplia à medida que mais instituições investem nessa classe de ativos. Compras ou endossos de empresas como Square, Paul Tudor Jones e Stan Druckenmiller entram no mix. Mas a volatilidade da criptomoeda – como o forte rali rumo a US$ 20.000 em dezembro de 2017 seguido de um colapso – torna os argumentos para que seja vista como reserva de valor controversos.

O medo de perder a oportunidade “está em jogo, e o fato de tantos grandes investidores declararem publicamente suas posições claramente ajuda”, disse Chris Weston, responsável por pesquisa da Pepperstone Financial, em relatório de 18 de novembro.

Continua depois da publicidade

O ouro acumula queda de cerca de 9% desde o fechamento recorde em agosto, o que encolheu os ganhos neste ano para cerca de 24%. Alguns estrategistas agora apostam em baixa.

O Morgan Stanley, por exemplo, reduziu a previsão para o metal precioso para US$ 1.825 a onça, em média, em 2021 em relação à estimativa anterior de US$ 1.950, sob o argumento de que a recuperação econômica global reduz a possibilidade de mais ganhos.

Um aumento acima de 1% dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos nos próximos meses pode limitar a valorização do metal, mas o ouro ainda será atraente como porto seguro no próximo ano, disse Halley, da Oanda.

Assim como o preço do Bitcoin mais que dobrou neste ano, o mesmo aconteceu com o índice Bloomberg Galaxy Crypto, que rastreia o Bitcoin e as maiores moedas rivais.

“O ouro ainda tem um histórico mais sólido e, ao longo de décadas, provou ser um ativo de porto seguro durante a tendência de queda dos mercados”, disse por e-mail Shaun Djie, diretor de operações da Digix. O acúmulo de Bitcoins por parte de alguns investidores ajuda a explicar seu forte desempenho recente e representa um risco se essas “baleias” começarem a vender, afirmou.

O Bitcoin subiu pela terceira sessão na quarta-feira, ultrapassando US$ 18.000 e chegando perto do recorde de 2017. O ouro se manteve estável em cerca de US$ 1.878 a onça.

O lado desconhecido das opções: treinamento gratuito do InfoMoney ensina a transformar ativo em fonte recorrente de ganhos – assista!