Bitcoin dispara para sua máxima histórica na Argentina – e escancara crise no país

Segundo reportagem do Financial Times, maior criptomoeda do mundo vale hoje 394 mil pesos

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em meio a uma forte crise econômica, a Argentina está vendo o Bitcoin se tornar uma reserva de valor melhor que seu próprio dinheiro, o peso. Nos últimos dias, o preço da maior criptomoeda do mundo disparou no país e chegou ao seu maior valor da história.

Atingindo o valor de 394 mil pesos, o Bitcoin agora já vale mais do que no pico de dezembro de 2017, segundo informações do jornal britânico Financial Times.

Criptomoedas têm ganhado espaço em economias problemáticas. Um dos maiores exemplos é a Venezuela, onde o uso do Bitcoin cresceu bastante diante da grave crise que vive o país, tornando-se uma opção melhor para se fazer economia e valorizar o patrimônio do que o dinheiro local.

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A Argentina, apesar de não estar em uma situação igual, tem sofrido muito, principalmente com a inflação, e a eleição tem criado um clima de grande tensão no mercado. O país tem taxas de juros na casa de 70%, o que, em tese, atrairia investidores que buscam se beneficiar destes altos rendimentos, enquanto economias desenvolvidas estão com os juros próximos de zero. Mas a crise acaba pesando e afastando estes investidores.

Há um grande medo de que o peso argentino volte a cair forte, mesmo após o Fundo Monetário Internacional (FMI) autorizar o uso de fundos para que o banco central intervenha na moeda caso o resultado do pleito assuste os investidores locais e estrangeiros, derrubando o câmbio.

Em entrevista ao Financial Times, Gordon Bowers, analista de pesquisa de mercados emergentes da Columbia Threadneedle, diz que o atual presidente Mauricio Macri até ganhou a confiança dos investidores com sua resposta à crise, mas que o risco do retorno da ex-presidente Cristina Kirchner (que concorre ao cargo de vice) ao poder criou um “desconto” do peso, conforme investidores estrangeiros contemplam a perspectiva de um retorno à um projeto político não-ortodoxo.

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Em março deste ano, o investidor americano Tim Draper se encontrou com Macri e aconselhou o presidente argentino a legalizar o Bitcoin exatamente para driblar situações como a forte desvalorização do peso e a evasão de talentos do mercado.

“Nós conversamos sobre o Bitcoin e a desvalorização do Peso, então propus uma aposta: se o Peso puder ser melhor avaliado que o Bitcoin, eu dobraria os meus investimentos no país. Mas se o Bitcoin passar a valer mais que o Peso, eles teriam que declará-lo como moeda nacional. Essa seria uma decisão perfeita, já que existe certa desconfiança na moeda”, disse Draper na época.

O Bitcoin tem surgido como uma boa alternativa para moradores de países em grande crise, sendo que mesmo na queda, em alguns casos como o da Venezuela, ainda é uma reserva de valor melhor que a moeda local. Porém, para o investidor, é preciso ter em mente que especialistas recomendam que os criptoativos sejam apenas uma pequena parcela da carteira de investimentos, no máximo 5%.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.