Bitcoin dispara 20% e rompe os US$ 24 mil acompanhando índices em Nova York

Para gestor, reação também funciona como teste da tese de investimento que afirma que o Bitcoin é uma potencial reserva de valor

Paulo Barros

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O alívio nas criptomoedas continua nesta segunda-feira (13) com o Bitcoin (BTC) dando sequência ao rali que começou ontem, e atingindo 20% de valorização em 24 horas por volta de 13h, rompendo o nível de US$ 24 mil, visto pela última vez em 23 de fevereiro.

Em termos de salto diário, o Bitcoin supera o desempenho de domingo e passa de 9% de alta apenas hoje, praticamente igualando o desempenho de 15 de fevereiro, de acordo com dados do TradingView. Às 13h35, a criptomoeda é cotada a US$ 24.150.

O Ethereum acompanha o movimento e avança 15% nas últimas 24 horas, a US$ 1.685. Já a chinesa Conflux (CFX), que também abriu a manhã de hoje em alta, já acumula valorização de 65% nas últimas 24 horas. Depois vêm Synthetix (SNX), Maker (MKR) e Stacks (STX), com saltos de mais de 40% no mesmo período.

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O avanço das criptos vem na esteira de uma sessão positiva em Nova York, com bolsas subindo refletindo o otimismo em torno de uma possível guinada na política de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), tendo em vista a crise bancária que afeta bancos regionais no país.

Os bancos Silvergate, Silicon Valley e Signature fecharam as portas nos últimos dias, e vários outros operam em forte queda nas bolsas, em meio a uma crise de liquidez catalisada, na visão de especialistas, pelos altos juros nos EUA.

Os mercados reagiram positivamente após o Fed anunciar um programa de ajuda para cobrir os depósitos dos bancos afetados. No caso das criptomoedas, no entanto, pode haver um fator mais fundamentalista impulsionando o movimento.

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“A alta de hoje está ligada à queda dos bancos, mas de uma forma muito mais fundamentalista do que a taxa de juros”, avalia Alexandre Vasarhelyi, sócio da gestora BLP Crypto.

O especialista ressalta que o Bitcoin surgiu em 2009 justamente em resposta a uma crise financeira global, ou, nesse caso, a uma crise nos EUA, e que  queda dos bancos volta a evidenciar a fragilidade do sistema financeiro.

“O Bitcoin nasceu como uma opção de bancarização diferente do sistema financeiro, e essa característica só é testada quando se tem uma crise. Estamos no primeiro teste verdadeiro de utilidade do Bitcoin”, asseverou.

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Defensor da criptomoeda, o gestor lembra que esta pode ser uma oportunidade para o Bitcoin mostrar que pode ser uma reserva de valor.

“Qualquer reserva de valor só chegou a este patamar após enfrentar e vencer várias crises. Quem sabe essa não é a primeira oportunidade para o Bitcoin ter essa experiência”.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos