“Bitcoin da Venezuela” é lançado oficialmente em meio a proibição dos EUA e rejeição do Parlamento

Está prevista a emissão de até 100 milhões de petros, dos quais 82,4 milhões já estavam disponíveis na pré-venda

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após captar mais de US$ 5 bilhões durante a fase de pré-venda, a petro, criptomoeda estatal da Venezuela, foi lançada oficialmente na noite de quarta-feira (22), anunciou o ministro de Educação Universitária, Ciência e Tecnologia do país, Hugbel Roa. A moeda será lastreada nas reservas venezuelanas de petróleo.

Segundo a Agência Venezuelana de Notícias, está prevista a emissão de até 100 milhões de petros, dos quais 82,4 milhões já estavam disponíveis na pré-venda. O processo, diz a AVN, teve participação de 127 países, entre eles Afeganistão, Argentina, Brasil, Bolívia, Equador, Rússia, Chile, Colômbia, Coreia do Sul, Cuba, Espanha e Estados Unidos, França, Japão e China.

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De acordo com documento técnico da criptomoeda, 44% dos 82,4 milhões de petros foram oferecidos em pré-venda privada, enquanto 38,4% foram lançados em oferta pública. Os 17,6% restantes ficarão sob gestão do governo venezuelano.

Na última segunda-feira (22), o presidente Donald Trump, ordenou o bloqueio de todas as operações realizadas nos Estados Unidos com dinheiro digital, moeda digital ou tokens da Venezuela desde o dia 9 de janeiro deste ano. A moeda digital tem sido usada pela Venezuela para conseguir arrecadar grandes quantias e driblar as sanções internacionais contra o país.

Enquanto isso, a petro também sofre resistência dentro do próprio parlamento da Venezuela, que tem maioria da oposição. Recentemente, os congressistas declararam que o decreto da emissão da criptomoeda não tem valor, por se tratar de uma moeda “ilegal” e que viola a Constituição do país.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.