Bitcoin Banco tem R$ 726 mil bloqueados pela Justiça por prática abusiva

O grupo está com saques e depósitos suspensos desde o fim do mês passado após sofrer um golpe

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de mais de R$ 726 mil do Grupo Bitcoin Banco após três clientes acusarem a empresa de práticas abusivas. Eles se dizem lesados por terem o patrimônio retido desde o dia 21 de maio. Vale lembrar que o grupo está com saques e depósitos suspensos desde o fim do mês passado após sofrer um golpe.

Segundo a decisão, publicada no Diário Oficial de SP, os usuários afirmam que realizaram operações na plataforma, mas não conseguiram fazer saques e nem converter as aplicações para reais. Eles dizem que as corretoras do grupo não autorizaram as transferências, “alegando que as operações estão temporariamente suspensas”.

Os requerentes alegam ter nas plataformas do GBB um total de R$ 726.630,27. O juiz do caso acatou a solicitação por entender que “há urgência no pedido” tendo em vista que “há perigo de dano, consistente em perda do patrimônio do requerente”, decidindo pelo bloqueio antecipado das contas. Cabe recurso ao Bitcoin Banco.

Ele decidiu ainda que o bloqueio dos fundos se dê pelo sistema do Banco Central de olho em “eventuais aplicações e saldos financeiros”. O magistrado não cita a possibilidade dos fundos estarem em Bitcoin.

Bitcoin Banco responde
Em nota enviada ao InfoMoney, o Grupo Bitcoin Banco disse respeitar “a liberdade assegurada constitucionalmente aos indivíduos que procuram resolver seus conflitos pelo Poder Judiciário”.

“No entanto, a publicação de notícia veiculando decisão de processo que tramita em segredo de justiça ultrapassa o direito jurídico da parte afetada pela decisão”, continua o texto.

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O GBB ainda ressalta que “nunca negou atendimento a seus usuários, priorizando sempre o bom relacionamento”. “Mesmo diante dos ataques lançados contra a plataforma, a equipe primou pela excelência no atendimento e pela resolução de conflitos”, afirma o grupo.

Por fim, a empresa diz estar estar à disposição para atender seus clientes e encontrar uma solução para todas as situações “levantadas por aqueles que nele confiam seus investimentos”.

“O GBB já está atuando fortemente para solucionar a questão levada a juízo, e não medirá esforços para corrigir qualquer equívoco que eventualmente tenha sido vivido pelo cliente”, conclui a nota.

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Golpe
O Grupo Bitcoin Banco (GBB) denunciou no dia 24 de maio um esquema de fraude que atingiu a empresa com o saque indevido de cerca de R$ 50 milhões. O grupo disse que o esquema de fraude se aproveitou de uma vulnerabilidade para realizar saques duplicados na plataforma da empresa.

Desde então, o GBB adotou medidas emergenciais para conter a fraude e regularizar as operações. Para isso, suspenderam os depósitos e saques externos feitos até o dia 28 – mas há relatos que a situação não foi normalizada.

Por outro lado, as operações de trade e transferências interexchanges estão liberadas. Além disso, o limite de saque está definido em R$ 10 mil e 1 Bitcoin por dia por prazo indeterminado.

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Na última terça-feira (4), o GBB afirmou que desde o dia 20, pagou aos seus clientes cerca de quatro mil saques entre reais e Bitcoin, no total de R$ 50 milhões, o que equivale a mais de R$ 3 milhões por dia.

Desde o início das investigações, foram analisados 3 milhões de registros e identificadas cerca de 20 mil transações suspeitas de fraude, tendo como resultado o bloqueio de 2.568 contas para análise. Menos de 24 horas após iniciado o bloqueio dessas contas, 1.600 delas já foram liberadas, afirma a empresa.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.