Bitcoin a US$ 9 mil? Especialista avalia até onde queda das criptomoedas pode ir

Em participação no Cripto+, Vinícius Terranova análise os cenários para o Bitcoin a partir de agora

Equipe InfoMoney

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Depois de algumas semanas oscilando em torno dos US$ 30 mil, o Bitcoin (BTC) engatou uma queda forte no último fim de semana, levando a perdas generalizadas no mercado de criptomoedas, que por sua vez viu sua capitalização ficar abaixo de US$ 1 trilhão após mais de um ano.

O movimento de queda ocorre em meio à fraqueza no ambiente macroeconômico e também a um risco sistêmico dentro mercado cripto, em uma combinação de dados ruins das principais economias do mundo, temores sobre altas de juros e crises entre algumas empresa e projetos cripto.

A maior criptomoeda do mundo chegou a dar sinais de que tinha atingido o fundo do poço em meados de maio, mas dados preocupantes de inflação dos Estados Unidos divulgados na última sexta acabaram pesando novamente no mercado, dando início ao atual momento de queda.

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O índice de preços ao consumidor (CPI), a referência mais monitorada para inflação dos EUA, subiu 8,6% em maio em relação ao ano anterior, superando as expectativas de que cairia para 8,2%, e acima dos 8,3% de abril.

Isso poucos dias antes da nova decisão do Federal Reserve (banco central dos EUA), que deve elevar novamente os juros no país em 50 pontos-base, com chance de até acelerar o ritmo, o que pesa ainda mais para o humor negativo do mercado.

Neste cenário, a empresa de empréstimos cripto Celsius anunciou na segunda uma paralisação dos saques, citando “condições extremas de mercado”. Isso criou uma nova onda de pânico entre os investidores, principalmente após a crise recente da Terra (LUNA), que deixou o mercado mais sensível ainda.

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Diante disso tudo, investidores têm questionado até onde pode ir essa queda do Bitcoin, que volta para seus níveis de 2020 e já se aproxima da máxima registrada no fim de 2017, de US$ 20 mil. E apesar das chances de que a criptomoeda tenha atingido seu fundo, existe a possibilidade de perdas ainda maiores em breve.

Até onde o Bitcoin pode cair?

Durante sua participação na edição mais recente do Cripto+, o especialista em criptoativos do InfoMoney CoinDesk, Vinícius Terranova, não descartou a possibilidade do Bitcoin cair até a casa de US$ 9 mil.

Segundo ele (confira a análise completa no vídeo acima), a média móvel de 200 semanas costuma ser um parâmetro para avaliar até onde uma queda pode ir em um bear market, porém essa marca já foi atingida.

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“Mesmo assim eu não posso dizer que é hora de sair comprando. Porque se o S&P ainda não caiu tudo que tem para cair, talvez a gente esteja, pela primeira vez, prestes a romper essa média de 200”, explica ele.

Terranova relembrou durante o programa os bear markets do Bitcoin, destacando que, em média, a criptomoeda caiu 80% nesses momentos, tanto em 2013, quanto 2015 e 2018. No atual ciclo, as perdas estão em torno de 65%. “Para chegarmos a esses 80% de queda, o Bitcoin precisa cair para US$ 9 mil”, avalia.

Usando uma análise de bandas de liquidez, o especialista observa que a queda agora pode chegar até o nível de US$ 19 mil. Porém, caso o preço rompa esse patamar, é preciso olhar para perfis de volume, que mostra que os maiores níveis de liquidez estão em US$ 9.300, corroborando com a possibilidade de queda até esse patamar.

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Ele explica que esse indicador não significa que existem ordens de compra no nível de US$ 9 mil, mas esse foi um patamar em que houve muita liquidez, com grandes movimentos de compra e venda, indicando que é um ponto em que os investidores devem retomar as negociações caso seja atingido. “Se romper isso, vira uma resistência, e das bem fortes. Se conseguir sustentar, vira suporte”, afirma.

Neste momento, analistas apontam que o patamar psicológico dos US$ 20 mil é bastante importante para indicar se as perdas irão se estender ou não.

“O sentimento pelas criptomoedas é terrível, pois o valor do mercado global do mercado caiu abaixo de US$ 1 trilhão”, disse o analista sênior da Oanda, Edward Moya, ao CoinDesk. “O Bitcoin está tentando formar uma base, mas se o preço cair abaixo do nível de US$ 20 mil, pode ficar ainda mais feio”.

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“Como a inflação prova ser um oponente ainda mais difícil de vencer do que o esperado, Bitcoin e Ether continuam a sofrer graves contusões no ringue”, escreveu a analista sênior de investimentos e mercados de Hargreaves Lansdown, Susannah Streeter. “Eles são as principais vítimas da fuga de ativos de risco, pois os investidores se preocupam com a espiral dos preços ao consumidor em todo o mundo”.

Ontem, durante o auge do pânico, traders passaram a avaliar que esperam que os preços das criptomoedas continuem caindo até que as condições do mercado melhorem.

“Podemos estar enfrentando perdas ainda mais graves no futuro. O crescimento econômico está claramente desacelerando e os relatórios já sugerem que os EUA podem ter uma recessão no próximo ano”, disse Manuel Ortiz-Olave, cofundador da empresa de tokens de ações Brickken, para o CoinDesk.

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“A inflação mais alta continuará forçando taxas de juros mais altas, e as taxas de juros mais altas também são negativas para o crescimento econômico”, explicou.

“Algumas das empresas mais importantes do mundo, como Apple, Microsoft ou Nike, já relataram desacelerações nas vendas, e a Tesla indicou que demissões ocorrerão em breve. São manchetes claramente negativas, que combinadas com preços mais altos de alimentos e combustíveis, fazem as pessoas terem mais cuidado com suas economias”, disse Ortiz-Olave, explicando que uma desaceleração nos gastos do consumidor levaria a uma perda de receita para grandes empresas.

Para quem está sofrendo com as perdas das criptos, Terranova indica que o momento é de “preservar capital”, com os investidores aceitando sofrer algum prejuízo como forma de evitar perder tudo.

Diante disso, o uso de stop loss (mecanismo que vende automaticamente os ativos quando o preço atinge um valor pré-determinado) é bastante recomendado, de forma a limitar caso o mercado inicie uma nova queda mais forte.

“Mas eu não vou falar para vender tudo agora, porque batemos na média de 200 e há uma chance de recuperar”, alerta Terranova reforçando que o investidor não precisa “pegar” o fundo do Bitcoin, mas acertar a reversão, quando o mercado confirmar a virada para cima.

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