Bitcoin a US$ 100 mil ainda este ano? Especialistas estão otimistas com possível alta de 100% em 4 meses

Apesar do otimismo, especialistas ressaltam que as altas nunca ocorrem em "linha reta" e correções são possíveis no caminho

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após o Bitcoin chegar a superar a marca de US$ 50 mil – o que não ocorria desde maio -, investidores e analistas passaram a projetar quais seriam os próximos passos da maior criptomoeda do mundo. E mesmo que tenha ocorrido uma correção nos últimos dias, segue um otimismo bem forte no mercado.

Se os últimos meses foram de tendência negativa no curto prazo, o otimismo dos investidores parece ter retornado, com especialistas voltando a falar sobre o Bitcoin atingindo a marca de US$ 100 mil até o fim deste ano, ou seja, uma alta de mais de 100% em quatro meses.

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Tasso Lago, especialista em criptomoedas e fundador da Financial Move, lembra que mesmo com uma visão otimista desta, o preço não sobe “em linha reta”, passando por correções ao longo de sua trajetória, mas que a tendência para o Bitcoin é de alta neste momento.

“O Bitcoin tem uma forte tendência de alta, e eu acredito que ele possa romper o topo histórico de US$ 64 mil”, avalia ele, destacando que a queda recente ocorreu após falas do CEO da Tesla, Elon Musk, principalmente sobre o impacto ambiental da mineração da criptomoeda.

Apesar disso, Lago ressalta que os preços estão voltando a subir, mostrando que, apesar do susto, as falas de Musk nada mudaram os bons fundamentos do Bitcoin.

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Para o especialista, as análises apontam que a moeda digital pode chegar a US$ 90 mil ou US$ 100 mil até o fim deste ano, sendo que em cenários de correção, seria importante que o Bitcoin conseguisse se sustentar pelo menos entre US$ 45 e US$ 46 mil.

Recentemente, um relatório publicado pela equipe de análise da Bloomberg aponta fatores positivos que poderiam levar o Bitcoin para US$ 100 mil em breve, em um cenário principalmente favorecido por mais empresas aceitando a criptomoeda.

Mike McGlone, analista responsável pelo relatório, afirma que o Bitcoin e o Ethereum encontraram um forte suporte nos últimos meses e que agora estão em uma fase de alta.

“O Bitcoin parece ter encontrado suporte em torno da marca de US$ 30 mil, assim como fez em US$ 4 mil no início de 2019. Vemos paralelos com esses eventos e, aparentemente, o bitcoin pode chegar a US $ 100 mil”, diz McGlone citando a forte correção dos preços há pouco mais de dois anos, para então engatar uma sequência de máximas ano passado.

Menos otimista que os demais, mas ainda com uma visão bastante positiva, a equipe de especialistas da Wise&Trust, fintech americana de gestão de investimentos em ativos digitais, afirma que o preço do Bitcoin até o final deste ano deve bater os US$ 70 mil.

E esse nível deve ser batido mesmo com temores sobre o pacote bipartidário nos Estados Unidos, que quer ampliar o escrutínio sobre as criptomoedas.

Além disso, os especialistas ressaltam que a criptomoeda deve pelo menos se manter entre US$ 30 mil e US$ 40 mil, patamar que eles consideram importante para atrair investimentos no longo prazo, sendo que, segundo eles, bancos e fundos já contam com estratégias para a área de cripto, com pelo menos US$ 55 bilhões em empréstimos lastreados em ativos digitais.

Vale citar que outro evento importante que pressionou os preços foi a perseguição da China contra mineradores e empresas que lidam com ativos digitais. Essa medida levou ao desligamento de muitas mineradoras, o que derrubou o chamado hashrate, que mede a energia computacional usada na mineração de bitcoins.

Em julho, as taxas caíram para sua mínima recente, abaixo de 85 TH/s (terahashes por segundo) refletindo esses equipamentos desligados na China. Porém, como especialistas apontaram na época que a própria rede do Bitcoin foi projetada para se ajustar nesses cenários, o reflexo está se mostrando agora, com a taxa voltando a superar os 125 TH/s.

Essa recuperação também ajuda a explica a melhora do humor do mercado nas últimas semanas, conforme a rede volta a ficar mais “forte”, com esses mineradores se alocando em outras regiões e religando as máquinas de mineração.

Apesar do otimismo neste curto prazo, muitos especialistas evitam traçar projeções de preço, preferindo uma avaliação de longo prazo, em que a adoção do Bitcoin só tende a aumentar, o que deve puxar os preços também.

Durante um painel nesta semana na Expert XP, Saifedean Ammous, educador e autor do livro “O Padrão Bitcoin”, disse que não se importa com as oscilações de curto prazo, apesar de também não gostar de fazer projeções para a cotação.

“Eu não ficaria surpreso se o Bitcoin caísse 50% amanhã ou 50% no próximo mês […] ou se ele subir 50% amanhã, no próximo mês ou ano. Eu estudo isso há um bom tempo e meu modelo de precificação mostra que o Bitcoin vai estar significativamente acima do patamar atual daqui 4 anos”, afirmou ele ressaltando que, no histórico do Bitcoin, o preço sempre subiu bastante ao longo de quatro anos.

Investidores mais otimistas

O otimismo nos últimos dias subiu tanto que levou o chamado “índice do medo cripto”, que mede o humor do mercado, para seu maior nível desde 18 de abril, segundo dados do site alternative.me.

Na terça-feira (24), o termômetro do mercado estava em 79, acima dos 72 registrados na semana passada e em sentido oposto aos 27 marcados há um mês.

Isso indica que os investidores estão mais “ambiciosos” com o mercado, ou seja, mais dispostos a comprar. Níveis abaixo de 50 indicam maior “medo”, com uma tendência de venda.

Apesar do dado mostrar o grande otimismo entre as criptos nesse momento, vale destacar que valores muito altos no indicador também podem ser um sinal de uma correção se aproximando. Ontem, o índice voltou para 73, mas nesta quinta já está em 75 novamente, em um patamar ainda considerado de “ambição”.

Às 15h (horário de Brasília), desta quinta-feira (26), o Bitcoin registrava perdas de cerca de 4% no acumulado de 24 horas, cotado a US$ 46.950, ainda mantendo uma valorização de 2,5% em 7 dias e de mais de 60% no ano.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.