BB Seguridade (BBSE3) sobe mais de 2% após balanço, anúncios de recompra e dividendos; analistas têm visões distintas para ações

Companhia teve um resultado bom, mas indicou desaceleração no ano, apontam analistas

Equipe InfoMoney

Painel de ações e gráfico (Crédito: Shutterstock)
Painel de ações e gráfico (Crédito: Shutterstock)

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A BB Seguridade (BBSE3) registrou ganhos na Bolsa na sessão desta segunda-feira (7) após a divulgação de resultados e anúncio de dividendos. Os ativos BBSE3, ainda que fechando longe das máximas do dia, subiram 2,38%, a R$ 32,26; na máxima do dia, subiram 4,44%, a R$ 32,91.

A holding de seguros, previdência e capitalização do Banco do Brasil (BBAS3) registrou lucro líquido de R$ 1,841 bilhão no segundo trimestre deste ano. O resultado foi 30,9% maior que o do mesmo período do ano passado, e 4,1% maior que o do primeiro trimestre deste ano.

No primeiro semestre, a BB Seguridade teve lucro líquido de R$ 3,601 bilhões, alta de 39,3% em relação aos seis primeiros meses de 2022. Segundo a empresa, é o novo recorde de resultado para um semestre, impulsionado pelo desempenho comercial em seguros, previdência e capitalização, melhora da sinistralidade e o crescimento do resultado financeiro.

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O Conselho de Administração da empresa aprovou ainda o pagamento dos dividendos intercalares referentes ao resultado do 1º semestre de 2023, adicionados dos dividendos prescritos referentes ao 2º semestre de 2019, no valor total de R$ 3,210 bilhões, equivalentes a R$ 1,60763676191 por ação.

Os dividendos serão pagos no dia 28 de agosto e terão como base a posição acionária de 16 de agosto, sendo as ações negociadas ex-dividendos a partir de 17 de agosto deste ano. Conforme destaca o Bradesco BBI, o resultado foi em linha com o consenso.

“Conforme esperado, o bom momento da divisão de seguros segue forte, com desempenho muito bom do segmento rural, levando a companhia a superar os resultados esperados (guidance) tanto de crescimento de prêmios, quanto de resultados operacionais para o 1S23. No entanto, a companhia manteve o guidance para o ano (faixa de crescimento de prêmios de 10 a 15% e crescimento de resultados operacionais de 12 a 17%), implicando em uma (esperada) desaceleração do ritmo operacional no 2S23, provavelmente devido à divisão de seguros rurais”, aponta o banco.

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Assim, vê os resultados como amplamente neutros para as ações. “O bom desempenho operacional já era esperado em grande parte após os resultados positivos do 1T23 e os dados mensais fornecidos pelo órgão regulador (SUSEP) até maio, que ainda indicavam bom desempenho do segmento rural. A empresa já vinha orientando o mercado para uma provável desaceleração dos resultados operacionais no 2S23 (uma vez que o desempenho do 1S23 foi muito forte) e, portanto, não esperamos que os resultados desencadeiem revisões de resultados para o ano”, avalia.

Os analistas projetam BBSE3 negociando a 8,5 vezes o o múltiplo de preço sobre o lucro (P/L) esperado para 2023, mas com fortes rendimentos de dividendos de dois dígitos para as ações, fornecendo assim alguma proteção aos investidores.

O banco tem recomendação neutra para os ativos, com preço-alvo de R$ 36, ou potencial de valorização de 14% em relação ao fechamento de sexta-feira.

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O Morgan Stanley destacou que os resultados da BB Seguridade foram bons, mas reiterou recomendação underweight (exposição abaixo da média, equivalente à venda) para as ações, com preço-alvo de R$ 30 (queda de 5% frente o fechamento de sexta).

Isso dada a ampla evidência de desempenho abaixo da média quando as taxas caem. “A BB Seguridade é a seguradora mais sensível a taxas em nossa cobertura, com cerca de 16% dos lucros provenientes de resultados de investimentos nos últimos 5 anos. Como tal, esperamos que os ganhos e o desempenho das ações fiquem sob pressão à medida que as taxas de juros caem – em linha com evidências convincentes de nossas análises de sensibilidade às taxas e desempenho das ações durante os ciclos anteriores de flexibilização”, apontam os analistas do Morgan.

Eles veem a receita líquida de investimentos caindo 19% em 2024 e 11% em 2025, à medida que incorporam taxas de juros mais baixas em nosso modelo.

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“Além disso, continuamos cautelosos sobre seguro rural e menos construtivos na previdência. A zona rural é altamente dependente do apoio do governo, regulamentação, preços de insumos e commodities e eventos climáticos. Em previdência, vemos o aumento da concorrência pressionando os preços e levando a perdas de participação de mercado. Por fim, a empresa possui um contrato de distribuição exclusiva com o Banco do Brasil que expira em 2033, então incorporamos o custo potencial e o risco de renovação em nossa estrutura de avaliação, impactando negativamente nosso preço-alvo”, aponta o banco.

Por outro lado, o JPMorgan manteve recomendação overweight (exposição acima da média) para as ações, destacando o anúncio de recompra de aproximadamente 3% das ações, ou aproximadamente 10% do free float. Além disso, o pagamento do dividendo do primeiro semestre implica um dividend yield (dividendo sobre preço da ação) de cerca de 5%.

(com Estadão Conteúdo)