BB lucra R$ 13,5 bilhões em 2018 e supera estimativas; CVM investiga conduta de CEO da Vale e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta quinta-feira (14)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A temporada de balanços ganha força, tendo como principal destaque o Banco do Brasil, que apresentou resultado e projeções que prometem agradar o mercado. Além da estatal, Duratex e Totvs também divulgaram seus números do quarto trimestre de 2018. 

A Vale também segue no radar, com a notícia do Valor de que a CVM investiga administradores da mineradora, incluindo o CEO Fabio Schvartsman, sobre a barragem de Brumadinho. Enquanto isso, o Itaú BBA revisou as recomendações para o setor de educação, reduzindo recomendação em Estácio e elevando Kroton. Confira os destaques do mercado nesta sessão:

Banco do Brasil (BBAS3)

O Banco do Brasil, que encerra nesta quinta a temporada de balanços dos grandes bancos de capital aberto no País, teve lucro líquido ajustado de R$ 3,845 bilhões no quarto trimestre do ano passado, cifra 20,6% maior que 12 meses antes, de R$ 3,188 bilhões. Ante os três meses anteriores, de R$ 3,402 bilhões, foi 13,0% superior. O lucro ajustado superou a maior estimativa dos analistas segundo pesquisa Bloomberg, com projeções que variavam entre R$ 3,54 bilhões e R$ 3,83 bilhões, com uma mediana de R$ 3,69 bilhões. 

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O resultado trimestral do BB, de acordo com a instituição, reflete a queda nos gastos com calotes, as chamadas PDDs (provisões para devedores duvidosos), e crescimento de receitas com prestação de serviços e tarifas.

Em todo o ano de 2018, o lucro líquido ajustado do BB foi de R$ 13,513 bilhões, incremento de 22,2% na comparação com 2017, quando o resultado alcançou R$ 11,060 bilhões.

A carteira de crédito ampliada do BB fechou dezembro em R$ 697,324 bilhões em dezembro, aumento de 1,8% em um ano e de 1,0% em relação a setembro. O crescimento foi puxado, principalmente, pela pessoa física, com altas de 5,0% e 2,7%, respectivamente. Em contrapartida, os empréstimos para empresas se reduziram em 4,6% no quarto trimestre ante um ano e apresentaram leve alta de 0,6% na comparação com o quarto trimestre.

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O BB fechou dezembro com R$ 1,417 trilhão em ativos totais, cifra 3,5% maior ante um ano, mas 3,7% inferior em relação aos três meses antes. Seu patrimônio líquido foi a R$ 102,253 bilhões no quarto trimestre, alta de 3,6% e retração de 1,5%, respectivamente.

O retorno sobre o patrimônio líquido (RSPL) no quesito mercado do BB foi a 16,3% no quarto trimestre ante 14,3% no terceiro e 14,5% em um ano. No exercício de 2018, o indicador foi a 13,9% ante 12,3% de 2017. No conceito acionista, a rentabilidade do BB atingiu 17,8% ao final de dezembro contra 15,7% ao término de setembro e 16,0% em um ano. Em 2018, ficou em 15,1% ante 13,6% no exercício de 2017.

O lucro líquido do BB, considerando eventos extraordinários, foi a R$ 3,803 bilhões no quarto trimestre, aumento de 22,3% em relação ao mesmo período de 2017, de R$ 3,108 bilhões. No comparativo trimestral, quando ficou em R$ 3,175 bilhões, cresceu 19,8%. No ano de 2018, somou R$ 12,862 bilhões, elevação de 16,8% sobre 2017, quando atingiu R$ 11,011 bilhões.

“O Banco do Brasil reportou um trimestre forte, com lucro crescendo 13% sequencialmente e 21% na base anual, principalmente por uma melhora da qualidade de crédito que atingiu níveis bastante saudáveis. Mais importante que isso, o banco deu o guidance para 2019, sendo o destaque positivo uma melhora bem forte de provisões (queda de 9% no ponto médio), o que pode levar o mercado a rever projeções de lucro para cima no ano”, afirmam os analistas do Credit Suisse. 

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Totvs (TOTS3)

A Totvs registrou um prejuízo de R$ 41,7 milhões no quarto trimestre de 2018, sendo impactado negativamente por uma provisão para baixa contábil de R$ 72,3 milhões resultante  de uma reavaliação dos ativos de equipamentos na operação da Bematech. O lucro líquido ajustado foi de R$ 32,2 milhões, com alta de 90,9% na base de comparação anual.

O Ebitda, por sua vez,  foi de R$ 88,8 milhões, 1,3% superior em relação ao mesmo período do ano retrasado. A receita Líquida de Software foi de R$ 538,7 milhões no quarto trimestre, alta de 8,2% na base de comparação anual, enquanto a receita recorrente somou R$ 395,9 milhões, 5.6% superior na mesma base de comparação. 

Duratex (DTEX3)

A Duratex teve lucro líquido recorrente de R$ 151,3 milhões no quarto trimestre de 2018, alta de 33,9% na comparação anual, enquanto a receita líquida subiu 14,6%, atingindo R$ 1,26 bilhão.

O Ebitda ajustado foi de R$ 236,83 milhões, alta de 3,5% frente aos R$ 228,87 milhões apresentados nos últimos três meses de 2017. Já a receita líquida teve alta de 14,6%, para R$ 1,26 bilhão.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

 A Eletrobras pediu aos bancos que apresentassem proposta para liderar uma emissão de cerca de R$ 4 bilhões em debêntures, segundo pessoas com conhecimento do assunto ouvidas pela Bloomberg. Os papéis teriam vencimento de 3, 5, 7 ou dez anos, de acordo com as pessoas, que pediram para não ser identificadas, pois as discussões não são públicas. O dinheiro seria usado para gestão de passivos.

Vale (VALE3)

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) vai averiguar a conduta individual de Fabio Schvartsman, dos demais diretores estatutários da empresa, e dos 12 conselheiros da Vale na tragédia de Brumadinho, informa o Valor. A investigação foi iniciada em 28 de janeiro, três dias após a tragédia. O que a autarquia vai avaliar é se os executivos e conselheiros foram diligentes – não após a catástrofe, e sim antes. Sobre a conduta posterior, há um acompanhamento a respeito da divulgação das informações.

Além disso, o TAP (Termo de Ajuste Preliminar) que está sendo tratado entre a Vale e diversas instituições federais e estaduais prevê, ente outras coisas, que a arrecadação tributária do estado de Minas Gerais e do município de Brumadinho seja recomposta pela mineradora por três anos.

Ainda sobre a tragédia, um dos documentos internos da Vale obtidos pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e anexados a uma ação civil pública cita um cálculo que fixa a indenização por morte em R$ 9,8 milhões. O documento foi produzido em 2015 e inclui um estudo de ruptura hipotética de uma barragem no qual são apresentadas fórmulas matemáticas para estimar danos econômicos.

Educacionais

O Itaú BBA elevou a recomendação para as ações da Kroton (KROT3) para outperform (desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 15, destacando que os desafios são grandes, mas também as oportunidades. Já a Estácio (ESTC3) teve a recomendação reduzida para marketperform (desempenho em linha com a média do mercado) e preço-alvo de R$ 35, com os analistas destacando que os ganhos de eficiência já estão precificados em sua maioria. 

Ser (SEER3) segue com recomendação outperform e preço-alvo de R$ 26, enquanto Anima (ANIM3) possui recomendação marketperform com preço-alvo de R$ 22. 

Petrobras (PETR3;PETR4)

Após quase cinco anos de disputa com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Petrobras concordou em pagar uma dívida de R$ 3,1 bilhões – R$ 1,1 bilhão de uma só vez, ainda neste ano, e o restante em 60 vezes. A empresa vai compensar os governos do Estado e municípios capixabas, além da União, pela produção no supercampo Novo Jubarte, que negava existir. O dinheiro, esperado para abril, deve ajudar o Espírito Santo a fechar a conta da Previdência de 2018.

A Petrobras tratava o reservatório do Novo Jubarte como se fossem sete, sem interligação entre eles. Com isso, conseguia ficar isenta do pagamento de participação especial, uma compensação financeira que incide exclusivamente sobre grandes áreas produtoras.

Em 2013, o governo do Espírito Santo, onde está localizado o reservatório, alertou a agência reguladora, que, no ano seguinte, baixou uma resolução obrigando a empresa a admitir a existência do supercampo e a recolher a participação especial relativa a ele. Iniciou aí a desavença entre a petroleira estatal e a agência reguladora. O fim dessa novela é esperado para esta quinta-feira, 14, quando, em audiência pública, as duas partes apresentarão ao mercado os detalhes do acordo que fecharam.

No fim do ano passado, Petrobras e ANP concordaram em unificar cinco áreas – Jubarte, Baleia Azul, Baleia Franca, partes de Cachalote e Pirambu, além de pequenas parcelas de Caxaréu e Mangangá. Todos são divisões do bloco BC-60, concedido pela União à estatal na chamada rodada zero, antes de começar a leiloar concessões ao mercado.

Ainda que o supercampo seja menor do que a ANP gostaria, em volume de produção, perde apenas para o líder nacional, o campo de Lula, localizado no pré-sal da Bacia de Santos. A Petrobras estima investimento total de US$ 8,3 bilhões no Novo Jubarte, que, nos próximos 20 anos, deve gerar R$ 25,7 bilhões em participação especial (o equivalente a R$ 18,6 bilhões a valor presente, com desconto de 10% ao ano de inflação), segundo documento da agência reguladora.

 

PetroRio (PRIO3)

O Conselho da Petro Rio aprovou desdobramento das ações na proporção de 1 para 10, de forma que cada ação passe a ser representada por 10, segundo comunicado. O desdobramento será submetido à aprovação em Assembleia Geral Extraordinária a ser realizada em 1 de março, às 12h. 

A Petro Rio afirmou que o desdobramento tem objetivo de manter valor da ação “em um patamar atrativo”, aumentar a liquidez e elevar o índice de negociabilidade, “o que aumenta as chances da companhia ingressar nos índices da B3, como o índice IBrX-100, atraindo uma gama de novos acionistas indexados ao mesmos”.

WEG (WEGE3)

A controlada da WEG Weg-Cestari acertou a compra da Geremia Redutores, fabricante brasileira de
redutores, motorredutores de velocidade, multiplicadores de velocidade e componentes para transmissão mecânica. 

O valor pago não foi informado mas, segundo a companhia, não representa investimento
relevante para a adquirente. 

(Com Agência Brasil, Bloomberg e Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.