Barclays pagará US$ 450 milhões após denúncia de manipulação da Libor

Diversas autoridades penalizaram o banco; de acordo com chefe executivo, estratégia está aquém das normas do Barclays

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Barclays anunciou que irá pagar um total de US$ 450 milhões para instituições norte-americanos e britânicas, de modo a resolver as alegações de manipulação da Libor, a taxa de juros interbancária do Reino Unido. Em março desse ano, instituições dos Estados Unidos, da Europa e do Japão haviam reclamado sobre possíveis fraudes no benchmark.

A  CFTC (Commodity Futures Trading Commission) impôs uma multa de US$ 200 milhões , enquanto o DoJ (Departamento de Justiça dos EUA) aplicou uma multa de US$ 160 milhões e a FSA (Autoridade de Serviços Financeiros) um valor recorde de 59,5 milhões de libras. O acordo vai incluir ainda um aviso detalhado da FSA em que o Barclays admitirá falhas.

Em resposta aos acontecimentos, o CEO (Cheif Executive Officer) do banco britânico, Bob Diamond, afirmou que ele e três outros altos executivos haviam concordado em abrir mão de seus bônus anuais este ano.

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“Os acontecimentos que deram origem a resoluções de hoje dizem respeito a ações passadas, que ficaram muito aquém das normas a que o Barclays tem na condução de seus negócios”, disse Diamond em um comunicado. “Lamento que algumas pessoas agiram de uma maneira não consistente com a nossa cultura e valores.”

Denúncias de manipulação
Quase uma dúzia de agentes reguladores são investigados por manipulação na Libor e duas taxas similares utilizados nos mercados em Londres, Tóquio e Bruxelas. A formulação da taxa se baseava no envio à Thomson Reuters de estimativas de custos de financiamento sem seguros, em 15 janelas de tempo pelas instituições financeiras. A BBA (Associação de Banqueiros Britânicos, na sigla em inglês) compila essas taxas e formula a Libor em 10 moedas diferentes.

As investigações se focam em duas vertentes. A primeira é se os bancos mentiram deliberadamente sobre a taxa na qual eles poderiam pedir e se os comerciantes das instituições financeiras e de hedge funds procuraram se deslocar em torno das taxas para fins lucrativos.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.