Bank of England compara criptomoedas à crise de 2008 e pede regulação urgente

Executivo aponta crescimento acelerado do setor e alerta para perdas comparáveis ao crash das bolsas na crise de 2008

Paulo Barros

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SÃO PAULO – O vice-diretor de estabilidade financeira do Bank of England (BoE), Jon Cunliffe, alertou para um possível risco de “derretimento” do mercado de criptoativos comparável à crise de 2008 após o estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos.

Em fala na última quarta-feira (13), Cunliffe criticou o crescimento acelerado do valor de mercado dos criptoativos, que saltou de US$ 16 bilhões para US$ 2,3 trilhões em cinco anos, e comparou com o mercado de US$ 1,2 trilhão de subprimes de hipotecas que desabou repentinamente e ocasionou o crash das bolsas mundiais há 13 anos.

“Quando algo no sistema financeiro está crescendo muito rápido, e crescendo em um espaço amplamente não regulamentado, as autoridades de estabilidade financeira precisam sentar e prestar atenção”, disse ele.

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O executivo do banco inglês disse ainda que as criptomoedas são “perigosas”, e que “não têm valor intrínseco e são vulneráveis ​​a grandes correções de preços”. A combinação, diz ele, teria o potencial de colocar a estabilidade financeira global em perigo.

Cunliffe defende que o risco seria inversamente proporcional à capacidade de resposta rápida dos reguladores, em linha com a tese de que a volatilidade dos mercados implica em potenciais perdas irrecuperáveis para investidores.

“A questão prospectiva é o que poderia resultar de tais eventos, se esses criptoativos continuarem a crescer em escala, se continuarem a se tornar mais integrados ao setor financeiro tradicional e se as estratégias de investimento continuarem a se tornar mais complexas?”, disse.

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O discurso do vice-diretor ajuda a engrossar o coro pela regulamentação do mercado de criptoativos, algo visto como inevitável na Europa, onde várias agências que supervisionam o mercado de capitais emitiram alertas à Binance, a maior corretora de cripto do mundo, desde junho.

A repressão de bancos à exchange na região começou justamente no Reino Unido, quando o Barclays suspendeu transferências para a bolsa de criptoativos após alerta emitido pela Autoridade de Conduta Financeira (FCA, na sigla em inglês).

Não é a primeira vez que o BoE critica as criptomoedas e se posiciona a favor de uma regulação severa do setor. Em setembro, o presidente do banco, Andrew Bailey, disse que o Bitcoin “não tem conexão” com dinheiro.

Por outro lado, ele relembrou que o banco discute os benefícios de uma moeda digital de banco central (CBDC), solução vista como benéfica para o sistema financeiro tradicional e principal arma contra as stablecoins, criptomoedas que têm paridade com moedas fiduciárias e que seriam a principal ameaça às moedas nacionais.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos