Bank of America eleva exposição para ações do Brasil de equivalente à neutra para compra

Estrategistas destacaram revisão em suas projeções para o PIB brasileiro, de alta de 3,4% para 5,2% em 2021, apontando que ainda há viés positivo

Lara Rizério

(Getty Images)

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SÃO PAULO – Com expectativas mais positivas para a economia brasileira e adicionando exposição a ativos que se beneficiam da reabertura das atividades e a bancos, a equipe de estratégia do Bank of America elevou a sua exposição a  ações brasileiras, passando de marketweight (exposição em linha com a média do mercado) para overweight (exposição acima da média do mercado) dentro do portfólio da América Latina.

David Beker, Carlos Peyrelongue e Paula Andrea Soto, que fazem parte da equipe de estratégia e de análise do banco americano, destacaram a revisão em suas projeções para o PIB brasileiro, de alta de 3,4% para 5,2% em 2021, apontando que ainda há viés positivo.

Ao mesmo tempo em que elevaram o Brasil, reduziram a recomendação do Chile de overweight para underweight (exposição abaixo da média)  após os resultados das eleições constitucionai locais. Os estrategistas seguem com recomendação overweight para o México, por conta da sua correlação com a economia dos EUA, além de verem menos riscos de alta de inflação e de juros. O resultado eleitoral no México, com um menor apoio à agenda do presidente Andrés Manuel López Obrador, também foi visto como positivo.

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Com relação ao Brasil, Beker, Peyrelongue e Paula apontam que o foco é a reabertura por meio de nomes de alta qualidade,  afirmando que gostam do varejo tradicional, distribuição de combustível, construção e pagamentos.

No portfólio para a América Latina, acrescentaram as ações da Natura (NTCO3), que já pertenciam ao portfólio Brasil. Além disso, elevaram a exposição a grandes bancos já na carteira, como Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e também Banco do Brasil (BBAS3) por conta dos sinais de recuperação macroeconômica, melhora da dinâmica de lucros, valuation barato e desempenho abaixo do mercado desde o início da pandemia.

“Embora os casos de reabertura e de bancos tenham se recuperado amplamente no mês passado, elas continuam para trás na comparação com as cotações do início da pandemia”, avaliam.

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Por outro lado, eles seguem mais cautelosos com setores de maior risco, como de serviços, companhias aéreas e shoppings. Também adicionaram exposição à recuperação econômica do Brasil por meio da Energisa (ENGI11) e removeram a BRF (BRFS3) após a forte alta recente.

Beker, Peyrelongue e Paula também afirmam que continuam gostando de cases relacionadas à inflação conforme o mundo se reabre, como commodities, Hypera (HYPE3) e Carrefour (CRFB3).

Além disso, mantiveram alocação para a Vale por conta do valuation, enquanto possuem exposição ao petróleo por meio da colombiana Ecopetrol e também adicionaram a brasileira Petrobras (PETR4) à medida que avaliam que o ruído político diminui. Não vendo catalisadores de curto prazo, o BofA removeu exposição ao setor de papel e celulose, excluindo a brasileira Klabin (KLBN11) e a chilena CMPC.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.