Bancos sobem forte e “seguram” alta do Ibovespa apesar de queda das commodities

Mercado ganha volatilidade e investidores não tiram do radar as preocupações com uma possível saída do ministro da Fazenda

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa tem um pregão indefinido nesta segunda-feira (19), mas no momento mantém uma alta que é muito puxada pela recuperação dos bancos, que caíram na sexta após notícia de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, poderia pedir demissão para a presidente Dilma Rousseff. O fato não ocorreu e, durante o fim de semana, Dilma defendeu a permanência de Levy e o blindou da artilharia do presidente do PT, Rui Falcão. Lá fora, as bolsas operam entre perdas e ganhos após o PIB (Produto Interno Bruto) da China crescer 6,9% no terceiro trimestre de 2015, o menor valor desde a crise do subprime, mas acima das expectativas medianas do mercado. 

Às 13h05 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira tinha alta de 0,39%, a 47.421 pontos. Já o dólar comercial opera em alta de 0,45%, a R$ 3,8909 na venda, enquanto o dólar futuro para novembro tem queda de 0,51% a R$ 3,917. A divergência entre os derivativos e seus ativos à vista se explica pelo movimento de forte volatilidade pela notícia não confirmada da demissão de Levy na sexta, que faz com que haja uma correção hoje. Vale lembrar também, que o pregão de hoje tem o vencimento de opções sobre ações. 

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 recua 10 pontos-base, a 15,46%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 tem queda de 18 pontos-base, a 15,86%. 

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Segundo o trader da H. Commcor, Ari Santos, a queda do petróleo nos mercados internacionais pressiona a Bolsa aqui por afetar diretamente as ações da Petrobras. Da mesma forma, o minério de ferro caiu 2,87% e afeta os papéis da Vale. Por outro lado, os bancos registram ganhos. “O que segura um pouco são os bancos, que se recuperam da pressão pós-Levy”, explica. 

Cenário político
No fim de semana, Dilma falou que Levy fica e que o Brasil trabalha para fortalecer a solidez fiscal. Ela defendeu o ministro das falas de Rui Falcão, que disse que se o governo decidisse mudar a política econômica e Levy fosse contra, ele seria obrigado a sair. Segundo Dilma, a opinião do presidente do PT não é a do governo. 

Ainda no cenário político, parece ter ficado mais distante a possibilidade de um acordo de mútuo interesse ser firmado entre o governo e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Irritado com as palavras da presidente Dilma, que “lamentou que seja um brasileiro” envolvido em denúncias de corrupção, Cunha pode alterar sua estratégia e deferir o novo pedido de impeachment que deve ser apresentado amanhã pela oposição, segundo reportagem do jornal O Globo. Painel da Folha de S. Paulo também diz que Cunha não descarta aceitar o pedido assinado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior.

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Indicadores
Também tinha algum peso por aqui o Relatório Focus, com a mediana das projeções de diversos economistas, casas de análise e instituições financeiras para os principais indicadores macroeconômicos. A previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2015 oscilou de uma retração de 2,97% para uma de 3,00%. Já no caso do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é o medidor oficial de inflação utilizado pelo governo, as projeções são de que haja um avanço de 9,75% este ano.

Destaques da Bolsa
Quem segura a alta da Bolsa hoje são as ações de grandes bancos, que fazem parte do setor mais pesado da Bovespa. Registram ganhos, Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 27,49, +2,42%), Bradesco (BBDC3, R$ 24,93, +0,77%; BBDC4, R$ 22,23, +0,82%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 16,92, +3,93%). Juntas, essas três instituições financeiras respondem por 20% da carteira teórica do Ibovespa. 

Por outro lado, as ações de siderúrgicas sobem hoje. Destaque para CSN (CSNA3, R$ 5,19, +3,39%) e Usiminas (USIM5, R$ 3,36, +0,90%). O desempenho das duas vai na contramão do que vimos no minério de ferro. A commodity spot com 62% de pureza e entrega no porto de Qingdao teve queda de 2,87%, a US$ 53,54. 

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 OIBR4 OI PN 2,54 +5,83
 RUMO3 RUMO LOG ON 7,68 +5,64
 BRKM5 BRASKEM PNA 20,85 +5,25
 BRML3 BR MALLS PAR ON 11,45 +4,85
 QUAL3 QUALICORP ON 17,53 +4,66

A Vale (VALE3, R$ 18,09, -1,79%, VALE5, R$ 14,92, -1,78%) atingiu 88,2 milhões de toneladas de produção de minério de ferro no terceiro trimestre de 2015, representando a maior produção trimestral da história da companhia. Como parte da estratégia previamente anunciada, operações menos eficientes, incluindo plantas de beneficiamento nas operações de Feijão, Jangada, Pico, Fábrica e Brucutu e totalizando capacidade anualizada de 13 milhões de toneladas, foram paralisadas no trimestre. 

A XP Investimentos destaca que houve desaceleração no ritmo de produção de minério de ferro, devido a parada de operações menos eficientes. Mesmo assim, produção atinge o maior nível trimestral. “Seguimos não recomendando exposição ao setor”, afirma o relatório da corretora.

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 SMLE3 SMILES ON 29,92 -2,70
 ESTC3 ESTACIO PART ON 16,16 -1,94
 VALE5 VALE PNA ED 14,90 -1,91
 VALE3 VALE ON ED 18,07 -1,90
 JBSS3 JBS ON 14,92 -1,32

As ações da Petrobras (PETR3, R$ 9,62, -0,82%; PETR4, R$ 7,88, -0,88%) também caem. A produção de petróleo da Petrobras no Brasil em setembro caiu 6,7% ante agosto, para 2,06 milhões de barris por dia (bpd), devido, principalmente, a paradas programadas de grandes plataformas, com destaque à parada da plataforma P-52, para manutenção, conforme comunicado divulgado na sexta-feira.

Além disso, tem impacto o preço do petróleo. O barril do petróleo WTI (West Texas Intermediate) recua 2,67%, a US$ 46. Já o barril do Brent cai 3,07% a US$ 48,91. 

Cenário externo
As bolsas chinesas terminaram praticamente estáveis nesta segunda-feira com a realização de lucros revertendo os ganhos de mais cedo devido aos dados do crescimento do terceiro trimestre na China, que mostraram desaceleração econômica gradual mas sem sinais de um pouso forçado. Enquanto isso, a Europa tem um dia entre leves ganhos e perdas, também de olho nos dados chineses, assim como os índices dos EUA. O mercado americano também fica de olho na tempora de resultados corporativos.

No terceiro trimestre, o crescimento da China desacelerou para 6,9%, um pouco melhor do que o esperado mas ainda o ritmo mais fraco desde a crise financeira global, reforçando as visões de que as autoridades do país vão adotar mais medidas de estímulo. Nenhum pânico foi visto entre os investidores chineses já que a desaceleração havia sido precificada há tempos, disseram analistas.

Entre os outros dados do país, a produção industrial chinesa cresceu 5,7% em setembro ante setembro de 2014, abaixo dos 5,9% esperados pelo mercado. Por outro lado, as vendas no varejo do país avançaram 10,9% na comparação anual como aguardado por analistas. Outros indicadores com menor relevância também foram divulgados, os investimentos em ativos fixos urbanos, cresceram 10,3% abaixo da expectativa de 10,8%, e as vendas de moradias cresceram 18,2% entre janeiro e setembro, na comparação interanual, o que representa uma desaceleração em relação ao aumento de 18,7% registrado nos primeiros oito meses deste ano.

Operadores disseram que a realização de lucros desta segunda-feira foi natural após os principais índices saltarem quase 6% na semana passada, em meio a sinais de que alguns investidores voltaram ao mercado após a queda brusca de 40%.

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