Bancos devem ter melhora da inadimplência; XP aponta os destaques da temporada

Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú Unibanco (ITUB3) devem ter os melhores resultados

Ana Paula Ribeiro

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Os grandes bancos tradicionais, também chamados de incumbentes, devem apresentar nos balanços do primeiro trimestre do ano uma melhora nos indicadores de inadimplência e o início de um maior apetite ao risco. Na avaliação da XP Investimentos, o Banco do Brasil (BBAS3) e o Itaú (ITUB4) devem ser os destaques positivos da temporada.

Tradicionalmente, o primeiro trimestre tem um efeito sazonal que implica em efeito negativo para os bancos. Uma “pindaíba”, na classificação da XP, que envolve aumento de taxas de inadimplência atreladas às despesas recorrentes de início do ano e maiores gastos realizados na temporada de festas. Apesar desse efeito, a expectativa é que a melhora vista no quarto trimestre se repita.

“Os NPLs (non-performing loan, que são os créditos em atraso) ainda se encontram a um nível elevado, mas espera-se que continuem a sua trajetória descendente, e o custo do crédito também deverá diminuir. Consequentemente, prevemos um maior apetite ao risco, com alguns bancos a apresentarem oportunidades de crescimento em linhas de crédito mais arriscadas”, avaliaram, em relatório, os analistas.


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O Santander (SANB11) divulga seus resultados no dia 30 de abril e o Bradesco (BBDC4) no dia 2 de maio. No dia 6 é a vez do Itaú e, no dia 8, do Banco do Brasil.

Os analistas do XP acreditam que mesmo BB e Itaú que vem de uma base mais elevada e de melhores resultados devem manter a tendência de melhora e inadimplência estável.

“De forma geral, acreditamos que os resultados do primeiro trimestre estarão bem alinhados com nossas preferências setoriais, com Itaú e Banco do Brasil se destacando como destaques positivos da temporada.”

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Já para Bradesco e Santander é esperada uma melhora na rentabilidade, mas em ritmo mais lento.

Banco do Brasil

Para o BB, a expectativa é de um lucro líquido de R$ 8,7 bilhões no trimestre, um crescimento de 2% em relação ao mesmo período do ano passado. A rentabilidade medida pelo ROE deve ficar em 21,3%, estável.

“Esperamos mais um trimestre de crescimento robusto na carteira de crédito do Banco do Brasil, provavelmente em linha com o ponto médio do seu guidance (8% – 12%), apesar das recentes preocupações relacionadas com uma desaceleração mais forte do que o previsto no setor do agronegócio”, espera a XP.

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Para a inadimplência, a expectativa é de uma pequena alta de 0,1 ponto. para 3% (atrasos acima de 90 dias), mas ainda abaixo da média do mercado.

A recomendação para o Banco do Brasil é de compra, com preço-alvo do papel em 36,50%.

Bradesco

O Bradesco deve amargar um outro trimestre de redução da carteira de crédito. A XP projeta um recuo de 1,4% na comparação anual e um leve aumento na taxa de inadimplência, de 0,1 ponto, para 5,3%. Para o lucro líquido recorrente, a projeção é de R$ 3,78 bilhões no trimestre, queda de 12%, e ROE caindo 1,6 ponto, para 9,5%.

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“No entanto, à medida que o ano avança e as novas safras têm um melhor desempenho, esperamos que o banco recupere o controle sobre a inadimplência”, avaliaram.

A recomendação é neutra com preço-alvo de R$ 19.


Santander

Já para o Santander, a expectativa é de um crescimento de 5% na carteira de crédito, refletindo o maior apetite ao risco da instituição. Isso deverá contribuir para o aumento de 22% no lucro líquido recorrente de R$ 2,612 bilhões no primeiro trimestre e ROE com pequena alta de 1,8 ponto para 12%.

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A recomendação é neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 34.

Itaú Unibanco

Para o Itaú Unibanco, a expectativa é de estabilidade na NPL, em 2,8%, e com um custo de crédito em tendência decrescente. “O resultado líquido deverá manter a sua tendência positiva e registar um sólido crescimento de 16,1% A/A (+4,2% T/T).”

É esperado um lucro líquido de R$ 9,797 bilhões, alta de 16% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Já o ROE deve subir 0,8 ponto percentual, para 22%.

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Ana Paula Ribeiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney