Bancos caem com possível alta da CSLL e corte do Credit; Petrobras dispara 6% e Vale vira

Confira as principais variações da Bolsa nesta quinta-feira (9)

Lara Rizério

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Petrobras (PETR3, R$ 11,23, +6,34%;PETR4, R$ 11,24, +6,04%)
As ações da Petrobras têm um dia de forte alta em meio à expectativa pela divulgação do balanço corporativo até o dia 20. 

De acordo com informações do Valor Econômico, a estatal deve divulgar o balanço até o fim da próxima semana (até dia 17). A Reuters também destacou que, segundo fontes, o balanço sairá até dia 17. Já segundo a Folha de S. Paulo, a companhia pretende divulgar o balanço até 20 de abril. 

Soma-se a isso uma notícia sobre possíveis mudanças no sistema de partilha. Em meio às dificuldades de caixa da Petrobras e o temor de parte do mercado de que a companhia assolada por escândalos de corrupção não consiga arcar com seu ambicioso plano de investimentos, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, acenou nesta quarta-feira, 8, pela primeira vez que o governo pode “revisitar” as regras do regime de partilha na exploração do pré-sal e da política de exigência de conteúdo local na indústria de petróleo.

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Em audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado, Braga avaliou que, apesar de terem ajudado o País a chegar a um patamar avançado no setor, essas regras podem ser rediscutidas pelo governo futuramente. “Essas políticas não podem ser taxadas de ineficientes, porque foram pilares do nosso desenvolvimento no setor de petróleo e gás”, disse, em resposta a questionamentos de parlamentares.

Além disso, a refinaria de Pasadena, da Petrobras, no Texas, Estados Unidos, retomará as atividades de determinadas unidades após a conclusão de reparos de manutenção, segundo um documento entregue pela companhia à Comissão do Texas em Qualidade Ambiental.

Vale (VALE3, R$ 18,78, +0,05%;VALE5, R$ 15,80, +0,96%) 
Após abrirem com expressiva queda, as ações ordinárias da Vale zeram as perdas, enquanto os papéis PNA da mineradora sobem cerca de 1%.

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O noticiário para a companhia não é o dos mais positivos, em meio ao corte de recomendação (desta vez para underperform) pela BMO e também com novas notícias sobre a China. Já o Credit Suisse reduziu o preço-alvo dos ADRs de US$ 7 para US$ 5. 

A China se movimenta para apoiar sua indústria de minério de ferro, que enfrenta dificuldades, cortando impostos, potencialmente ampliando um excesso de oferta global e enfraquecendo a estratégia das mega mineradoras de forçar concorrentes de alto custo para fora do mercado.

A mineradora brasileira Vale e as australianas Rio Tinto e BHP Billiton têm buscado forçar a saída das mineradoras com custos mais altos e menos eficientes na China, para abrir caminho para um novo fluxo de produção.

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Porém, o gabinete da China disse na quarta-feira que cortará o imposto que cobra de produtoras domésticas de minério de ferro pela metade para 40 por cento da taxa básica a partir de 1o de maio, em uma tentativa de ajudar mineradoras que têm acumulado prejuízos em meio à queda dos preços globais.

Bradesco (BBDC4, R$ 30,83, -1,63%); Itaú (ITUB4, R$ 36,81, -1,84%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 23,89, -1,93%)
Uma notícia mexe com as ações do setor bancário nesta sessão. Segundo a Exame, a Febraban foi informada que o ministro da Fazenda Joaquim Levy planeja aumentar o imposto CSLL para instituições financeiras de 15% para 17%. O aumento do imposto pode elevar a arrecadação em R$ 1,5 bilhão. Segundo a Exame , o ministro não quis comentar sobre o assunto. 

Além disso, o Credit Suisse rebaixou a recomendação para as ações do Itaú, Itaúsa, Bradesco e Banco do Brasil de outperform para marketperform destacando que o potencial de valorização para as ações é limitado e os desafios no âmbito macroeconômico pioraram. “Acreditamos que é hora de adotar uma postura mais conservadora”. 

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Eletrobras (ELET3, R$ 5,99, -0,66%; ELET6, R$ 7,38, -1,34%)
As ações da companhia elétrica têm queda em meio a possível envolvimento em esquemas investigados pela Operação Lava Jato. Segundo informações do Valor, os investigadores da Lava Jato vão aprofundar as apurações sobre a montagem eletromecânica da terceira usina do Complexo Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis. 

Os investigadores suspeitam que o edital para a montagem da mais conhecida Angra 3, publicada pela Eletrobras (ELET3;ELET6) originalmente em agosto de 2011 foi elaborada de forma a priveligar poucas empresas. 

GP Investments (GPIV33, R$ 5,74, +1,06%)
Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) registram alta em meio a sinalizações de que poderá anunciar em breve planos para levantar 1,5 bilhão de dólares para quatro fundos envolvidos em private equity, imóveis e investimentos em infraestrutura, disseram duas fontes com conhecimento do assunto à agência Reuters. 

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Usiminas (USIM3, R$ 17,56, -3,04%; USIM5, R$ 4,57, -0,65%) 
As ações ordinárias da Usiminas têm mais um dia de expressiva baixa, enquanto os papéis PNA da companhia têm leve queda.

Em entrevista a Reuters, o novo presidente do Conselho de Administração da companhia, Marcelo Gasparino, afirmou que a  briga entre os dois acionistas controladores da empresa não vai ser resolvida facilmente, mas não poderá interferir nos trabalhos do Conselho da maior produtora de aços planos do Brasil.

Conforme destaca a equipe de análise do Itaú BBA, a cotação da USIM3 não se justifica e os papéis devem cair. “A nosso ver, os últimos desdobramentos no conselho da Usiminas indicam que a disputa entre os controladores Ternium e Nippon Steel pode perdurar. Enxergamos dois potenciais desfechos após os últimos acontecimentos: i) se a disputa continuar, pode haver uma oferta pelas ações ON que ainda circulam; ou ii) no caso de um acerto entre as partes, o prêmio ON-PN pode diminuir bastante. Seja o desfecho uma oferta ou um cessar-fogo, achamos que o atual preço da ação ON é injustificável do ponto de vista dos fundamentos e que foi inflado por uma corrida para comprar ações antes da assembleia de acionistas”.

PDG Realty (PDGR3, R$ 0,52, -10,34%)
Após fecharem no topo dos ganhos das últimas duas semanas em meio a um “short squeeze” em seus papéis, que fizeram com que os investidores em meio ao temos pela falta de ações em aluguel passassem a comprar os ativos, as ações da PDG Realty tem um novo dia de queda forte, após caírem 16% na sessão anterior. Nesta sessão, as ações da companhia têm baixa superior a 10%.

OGX SA (OGSA3, R$ 50,00, +30,24%)
Por mais um dia, as ações da OGX SA sobem forte, mas com uma variação relativamente “modesta” frente à alta das últimas duas sessões. Contudo, no acumulado semanal, os ganhos chegam perto de 3.000%.

O InfoMoney procurou diversos analistas, mas todos afirmaram que não acompanham mais esses papéis e que não sabiam e nem tinham visto nenhuma informação que pudesse justificar tal movimento. Muitos, porém, deram destaque ao baixo número de negócios feito com o papel, com o spread sendo explicado pela baixa liquidez das ações.

 No radar de hoje da empresa, uma notícia negativa. A Óleo e Gás Participações e a OGX SA afirmaram não possuir os recursos necessários para pagar empréstimo de até 73,2 milhões de dólares obtido no ano passado para financiar exportações e pagar custos e despesas, segundo fato relevante divulgado nesta quinta-feira.


Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.