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SÃO PAULO – O Banco do Brasil (BBAS3) registrou lucro líquido ajustado de R$ 5,139 bilhões no terceiro trimes tre deste ano, número 2% maior que o reportado no segundo trimestre e 47,6% superior ao do mesmo período do ano passado.
Em comparação às projeções da Refinitiv para o lucro do Banco do Brasil, que era de R$ 4,496 bilhões, o resultado veio 14,3% acima das expectativas.
“Esse bom desempenho é explicado por menores despesas com provisões de crédito, maiores receitas, com crescimento da margem financeira bruta e das rendas com prestação de serviços, e sólido controle das despesas administrativas.”
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Já o lucro líquido contábil, após itens extraordinários, somou R$ 4,609 bilhões, alta de 49,4% na comparação anual, mas recuo de 16,6% frente segundo trimestre.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) em termos ajustados foi de 14,3%, estável em relação ao segundo trimestre de 2021 e ante dado de 10,4% no terceiro trimestre de 2020.
O Índice de Basileia atingiu 19,34%, sendo 13,17% de capital principal.
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Enquanto isso, a margem financeira bruta somou R$ 14,683 bilhões, um incremento de 11,9% na comparação anual e alta de 9% frente 2º trimestre. A líquida, por sua vez, atingiu R$ 11,759 bilhões, alta de 38,2% em um ano e de 2,1% no trimestre.
Já a provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) ampliada foi de R$ 3,924 bilhões, cifra 28,8% inferior ao 3º trimestre do ano passado, mas 36,7% acima na comparação com o 2º trimestre deste ano.
De janeiro a setembro, a PCLD ampliada atingiu R$ 9,317 bilhões, uma queda de 44,4% na comparação com os nove primeiros meses do ano passado.
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Receitas e despesas do BB
As receitas de prestação de serviços totalizaram R$ 7,438 bilhões no trimestre, crescimento de 2,2% em relação ao 3º trimestre de 2020 e avanço de 3,2% na comparação com 2º trimestre.
O crescimento em relação ao trimestre anterior foi influenciado, principalmente, pelo desempenho positivo anual nas linhas de Seguros, Previdência e Capitalização (+6%), de Consórcios (+11,7%) e de Administração de Fundos (+9,9%).
Segundo o banco, as despesas administrativas totalizaram R$ 7,9 bilhões no terceiro trimestre, acréscimo de 0,7% em relação ao trimestre anterior, influenciadas principalmente pelo aumento das despesas de pessoal, devido ao reajuste salarial de 10,97% a partir de setembro de 2021.
Na comparação em nove meses, as despesas ficaram estáveis (+0,2%), mantendo-se dentro do intervalo das projeções corporativas 2021.
O índice de eficiência acumulado em 12 meses atingiu 35,9% no trimestre, reflexo do controle de custos e aumento das receitas no período.
Carteira de crédito
Segundo o BB, a Carteira de crédito ampliada alcançou R$ 814,2 bilhões em setembro de 2021, uma evolução de 6,2% na comparação com junho de 2021 e de 11,4% comparado ao mesmo período do ano anterior.
Entre os itens, a carteira apresentou crescimento em todos os segmentos, com destaque para as operações com o Agronegócio (18,5%), MPME (24,6%) e Pessoas Físicas (14,2%).
A carteira Pessoa Física ampliada cresceu 5,7% em relação a junho de 2021 e 14,2% na comparação anual, com destaque para a performance positiva nas linhas de Crédito Consignado (+16,4%), alcançando R$ 104,6 bilhões, Empréstimo Pessoal (+40,1%) e Cartão de Crédito (+41,3%) na comparação anual.
Na Pessoa Jurídica houve crescimento de 4,3%. Entre os destaques está a carteira MPME (+10,0%), influenciada pelos desembolsos de R$ 8,1 bilhões nas linhas do Pronampe.
Já a carteira de grandes empresas foi impactada por liquidações e o direcionamento para alternativas no mercado de capitais, com crescimento nas operações com empresas com faturamento entre R$ 200 milhões e R$ 800 milhões, contribuindo positivamente para o mix da carteira.
Em termos de qualidade da carteira, o índice de inadimplência acima de 90 dias da carteira total ficou em 1,82%, inferior ao patamar do SFN, com índice de cobertura de 323,3%.
Novas projeções do BB
Análises
O Bradesco BBI avalia que os resultados vieram mistos, impulsionado pelos ganhos de tesouraria e o NII com clientes foi negativamente impactado por custos de captação mais elevados devido ao aumento da taxa Selic. O banco mantém recomendação para ações do Banco do Brasil, e preço-alvo de R$ 39.
O Itaú BBA avalia que os resultados do Banco do Brasil vieram melhores do que o esperado, com destaque para o crescimento da carteira de crédito de boa qualidade, receitas de serviços e despesas controladas. O banco mantém avaliação market perform para ações do Banco do Brasil, e preço-alvo de R$ 37,00.
O Credit Suisse acredita que os fortes resultados da tesouraria do BB possam diminuir até certo ponto nos próximos trimestres, mas isso poderá se normalizar em um nível mais alto devido à melhor margem de depósito com base em taxas mais altas. O banco mantém avaliação neutra para ações do Banco do Brasil, com preço-alvo de R$ 38,00.
A XP avalia que o banco reportou bons resultados em todas as áreas, com destaque para o lucro líquido muito acima do esperado. De acordo com a XP, o resultado impulsionado principalmente por uma maior Margem Financeira, devido ao crescimento de sua carteira de crédito, enquanto as despesas permaneceram estáveis apesar do aumento da massa salarial e da expansão da carteira. Ela reitera recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de R$ 52,00.
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