Banco central mais antigo do mundo estuda lançar moeda digital própria em 2 anos

O banco central da Suécia, o Riksbank, anunciou nos últimos dias que estuda lançar sua própria moeda digital nos próximos dois anos, a ekrona

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – As moedas digitais ainda não estão completamente consolidadas. Alguns casos, como a bitcoin, mostram o poder que este tipo de ativo tem no mundo moderno em que vivemos, mas ainda falta muito para que isto se torne uma realidade para todos, e isso passa pela controversa regulamentação por parte de bancos centrais sobre o uso da moeda (o que, por outro lado, vai contra a própria natureza das moedas digitais).

Porém, o banco central da Suécia, o Riksbank, anunciou nos últimos dias que estuda lançar sua própria moeda digital nos próximos dois anos. O fato da novidade vir da Escandinávia não é nenhuma surpresa já que são exatamente os suecos que têm o BC mais antigo do mundo. Ainda em meados de 1660 foi o primeiro país a emitir notas de papel. A expectativa é de tomar uma decisão sobre lançar a moeda digital ekrona até 2018.

A ideia foi confirmada pela diretora do Riksbank, Cecilia Skingsley, ao “Financial Times“. Ela apontou, entre outros fatores, o fato do aumento nas compras online no país e da utilização de cartões de pagamento estarem levando ao fim do dinheiro físico. Desde 2009, a Suécia já viu uma redução de 40% na quantidade de notas e moedas em circulação.

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Mas tudo isso precisa ainda de muito estudo, segundo ela. “Isto é tão revolucionário como o lançamento da nota há 300 anos. E o que isto implica para a estabilidade financeira e política? E como faremos isto? Um cartão recarregável, um aplicativo, ou de qualquer outra forma?”, disse ela ao jornal. Mas Skingsley ressalta que os trabalhos sobre adoção da ekrona vai muito além disso.

Ela explica na entrevista que será preciso entender como rastrear e acompanhar a moeda, além do seu método de distribuição e juros associados ao novo dinheiro, entre muitos outros fatores. Mas uma coisa é certa, esta moeda digital não substituiria o dinheiro físico, mas coexistiria com ele. Vale lembrar que apesar de ser a primeira demonstração avançada de adoção da moeda digital, outros bancos centrais já comentaram sobre o assunto, caso do Banco da Inglaterra e o Banco do Canadá.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.