Balanço da Nvidia indica que euforia com inteligência artificial está longe de acabar

Para analistas, o balanço publicado na quarta não muda a narrativa de crescimento fora da curva da empresa

Estadão Conteúdo

Sede da Nvidia nos Estados Unidos (Foto: NVidia/Divulgação)

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A Nvidia (NVDC34) superou a estimativa de lucros pelo sexto trimestre consecutivo e registrou nova receita recorde, segundo balanço publicado na noite da quarta-feira, 22. O analista Louis Navellier, da gestora Navellier, disse que a companhia fechou a temporada de resultados trimestrais dos fabricantes de processadores “com chave de ouro”.

As ações da Nvidia subiram 6,06% no afterhous de Nova York, para acima do nível dos US$ 1 mil, e contaminaram os papéis de outras empresas do segmento, com os da Micron, que avançaram 2,43%, e os da Advanced Micro Devices (AMD), que tiveram alta de 1,95%. Já os American Depositary Receipts (ADRs) da TSMC subiram 4,07%.

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Os investidores se animaram com a nova elevação do guidance da companhia para o atual trimestre, de US$ 28 bilhões em vendas. No primeiro trimestre fiscal de 2025, a Nvidia teve receita de US$ 26 bilhões, o que representa um crescimento anual de 262%, e lucro líquido de US$ 14,9 bilhões, alta anual de 628%.

Os números robustos indicam que a revolução da inteligência artificial continuará em curso e deverá se estender também para o segmento de computação em nuvem, segundo Navellier.

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Em conferência com investidores, a diretora financeira da Nvidia, Colette Kress, afirmou que a demanda pela nova geração de unidades de processamento gráfico (GPU) da companhia já está “notadamente maior do que a produção” prevista para este ano e o próximo. Batizados como Blackwell, os novos modelos devem começar a ser entregues em breve, com impacto na receita já do próximo trimestre.

Segundo o sócio da Arbor Capital Matheus Popst, a alta demanda pelas GPUs “dá muita confiança que, pelo menos no curto prazo, a Nvidia não está gerando toda a receita que é capaz de gerar”. Popst destacou ainda a diversificação da receita da companhia, com cerca de 45% do total proveniente do mercado de data centers para a nuvem.

O analista considera a diversificação crucial, já que os principais clientes da Nvidia – Microsoft, Google, Amazon e Meta – buscam desenvolver os próprios aceleradores de inteligência artificial, para diminuir a dependência dos processadores da companhia.

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Ainda segundo o sócio da Arbor Capital, o balanço publicado na quarta não muda a narrativa de crescimento fora da curva da empresa: enquanto a receita anualizada da Nvidia com inteligência artificial já passa dos US$ 100 bilhões, a concorrente AMD espera atingir US$ 3,5 bilhões.

Após publicar os resultados, a Nvidia anunciou que dividirá as ações na proporção de 10 por 1, a partir do dia 7 de junho. “Um desdobramento das ações deverá atrair novos investidores, agora do varejo”, disse o analista da AJ Bell, Dan Coatsworth.