Balança comercial, Caged e produção industrial no Brasil, payroll nos EUA: o que acompanhar na semana

Tudo o que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Camille Bocanegra

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A última semana foi marcada pela divulgação da ata do Copom, onde o Banco Central reforçou a continuidade de cortes da Selic em 0,5 p.p. , e diversos indicadores aqui e lá fora, como o IPCA-15 em linha com as expectativas e a desaceleração da inflação dos EUA.

Nos próximos dias, as atenções se voltam para a atividade econômica. Na segunda-feira (2), será realizada a divulgação da balança comercial e os dados do Caged sobre geração de emprego formal.

Os números sobre a criação de vagas formais e demais dados da indústria do trabalho estavam com divulgação prevista para 28 de setembro mas foram adiados para a próxima segunda. O Itaú espera que haja aumento da criação de vagas líquidas.

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“Para o Caged, esperamos a criação líquida de 189 mil empregos formais, ante 142 mil em julho. Ajustado sazonalmente, a criação de empregos formais atingirá 68 mil, ante 93 mil no mês anterior”, aponta a equipe econômica do banco.

A visão do Bradesco BBI é similar. O banco considera que a pesquisa “seguirá apontando um mercado de trabalho resiliente, com a geração líquida de 200 mil empregos em agosto”, diz em relatório.

Já na terça-feira (3), haverá a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor, pelo FIPE, e os dados da Pesquisa Industrial Mensal, pelo IBGE.

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“Em relação à produção industrial, após recuar 0,6% ao mês em julho, estimamos um crescimento de 0,5% ao mês (+1,0% na comparação anual) para o índice geral, com expansão tanto na fabricação (+0,9% em relação ao mês anterior; -0,2% na comparação anual) quanto nos segmentos de mineração/extrativa (+0,6% em relação ao mês anterior; +8,6% na comparação anual)”, reforça o Itaú.

O BBI tem expectativa que a produção industrial se recupere da queda vista em julho e avance 0,5% em comparação ao mês anterior, no que o banco considerou “o único indicador relevante da próxima semana”.

Ao chegar ao fim da semana, na sexta (6), está prevista a divulgação do IGP-DI mensal e anual, com projeções do Itaú apontando alta de 0,16% e queda de 5,6%, respectivamente.

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A balança comercial será divulgada na segunda. O Itaú destaca que o saldo comercial, em linhas gerais, continua em nível recorde.

“As exportações devem atingir US$ 29,2 bilhões, beneficiadas por produtos agrícolas, principalmente milho e petróleo, enquanto as importações devem alcançar US$ 19,9 bilhões. Como resultado, o superávit comercial em 12 meses deve atingir US$ 85,8 bilhões (de US$ 61,5 bilhões em 2022), com o valor do superávit de 3 meses/SAAR chegando a US$ 101,7 bilhões”, afirma o Itaú.

Na sexta, haverá também a apresentação, pela Anfavea, da produção e venda de veículos em setembro.

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O destaque na agenda política será o avanço das discussões sobre possíveis medidas de aumento de receitas, necessárias para cumprimento da meta de déficit zero para 2024.

Agenda internacional

Na agenda internacional, nos EUA, a semana começa com a divulgação de dados do índice PMI S&P Global e índice ISM da indústria da transformação, ambos na segunda-feira. Os mesmos indicadores, referentes à setembro, serão divulgados nesta data pela Alemanha, Reino Unido e Zona do Euro.

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Haverá a divulgação do Índice PMI S&P Global, na quarta-feira, também por EUA, Alemanha, Reino Unido e Zona do Euro. Além disso, os EUA divulgarão os dados de geração de vagas de trabalho e o índice ISM do setor de serviços. A Zona do Euro também apresentará seus números de Vendas no Varejo e índice de preços ao produtor.

Na quinta-feira, serão apresentados a balança comercial dos EUA e os dados semanais de pedido de auxílio de desemprego, que servem como boa métrica do mercado de trabalho por lá e, por consequência, a temperatura da economia.

Apesar do Bank of America (BofA) considerar que o ritmo de contratação desacelerou, mas o de demissões não aumentou nos EUA, é possível que os dados apresentados nesta semana demonstrem menos resiliência do que tem se visto.

“Pode haver alguns riscos de alta nas próximas semanas devido à greve da UAW (apenas para trabalhadores afetados indiretamente, mas não em greve, que são elegíveis para benefícios de desemprego) e à possibilidade de um fechamento temporário que pode colocar os trabalhadores temporariamente fora de trabalho”, destaca o BofA.

Por fim, na sexta-feira, serão divulgados a taxa de desemprego, que o BBI estima em 3,70% e a variação na folha de pagamento (payroll), que o banco projeta em 160 mil. O BofA apresenta projeções superiores, com expectativa de aumento no emprego fora do setor agrícola de 185 mil e 170 mil nos pagamentos privados, previsão que o banco considera “acima do consenso”.

“Se o relatório estiver de acordo com nossas expectativas, nos sentiríamos mais confiantes em relação à nossa previsão de que o Fed aumentará as taxas mais uma vez em novembro. No entanto, uma impressão de folha de pagamento abaixo de 125 mil (…) reduziria as chances de o Fed aumentar as taxas em novembro”, entende o BofA sobre o valor consolidado para o dado.

Além disso, o Fed apresenta os dados de crédito ao consumidor.