B2W dispara 40% e ganha R$ 1 bilhão; veja outras 3 ações que subiram mais de 10%

CCX, Brookfield e Providência também se destacaram no pregão desta segunda-feira

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – As ações da B2W (BTOW3) fecharam com forte alta no pregão desta segunda-feira, depois que a varejista online aprovou aumento de capital privado de R$ 2,38 bilhões, por parte de sua controladora Lojas Americanas (LAME4) – controlada por Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles – e o fundo norte-americano Tiger Global – numa operação que levará à venda de uma fatia de até 19% da B2W para o Tiger Global.

Com essa notícia, os papéis da B2W registravam valorização de 41,65%, a R$ 21,95 – maior patamar desde junho 2011. O valor de mercado pulou de R$ 2,46 bilhões para R$ 3,49 bilhões com isso. O volume financeiro já atingia R$ 76,29 milhões, mais de dez vezes a média diária de R$ 7,06 milhões. As ações da Lojas Americanas subiram 1,09%, aos R$ 14,90.

As equipes do Credit Suisse e XP Investimentos avaliaram a notícia como positiva para a B2W, citando que o aporte representa um prêmio de 61,29% em relação ao fechamento da última sexta-feira. Lojas Americanas mantém o controle da B2W, mesmo que o aporte represente 42,9% do aporte total, pois grande parcela dos minoritários não deve acompanhar o aporte e essa operação é a entrada da Tiger Global que é atuante no setor de tecnologia e comércio eletrônico na Netshoes, Facebook, Netflix e LinkedIn, comentaram os analistas.

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Segundo os analistas do Credit, essa operação será um “divisor de águas” para B2W. A empresa não só arruma o balanço (o que era uma das principais preocupações sobre a empresa), mas também traz flexibilidade para a empresa continuar com seu plano agressivo de investimentos em logística, tecnologia e serviços ao consumidor. Com isso, a varejista consegue manter a estratégia de ganhar share sem ferir (até melhorar) a qualidade, comentaram. 

O banco de investimentos ainda elevou a recomendação da B2W para neutra, com preço-alvo passando de R$ 10 para R$ 20. O que mudou no modelo? O balanço novo (e assim também afasta qualquer temor de oferta que pudesse ser pior, premissas maiores de crescimento de receita líquida e indicações de que esta seria a melhor estratégia para melhorar serviço e criar uma vantagem competitiva mais sólida. “Esse preço-alvo pode até mudar com a evolução da transação, mas já respondemos com algo de bate pronto”, disseram os analistas.

Brookfield
Enquanto isso, a Brookfield (BISA3) teve alta de 4,03%, aos R$ 1,29 – depois de chegar a subir 14,52% no intraday, aos R$ 1,42. A companhia informou, por meio de comunicado ao mercado, que avalia realizar uma oferta pública de aquisição de ações para fins de cancelamento, confirmando a informação antecipada pelo InfoMoney na última quinta-feira – puxando forte alta das ações. O volume financeiro ficou em R$ 12,277 milhões, bem próximo a média diária dos últimos 21 pregões, de R$ 13,137 milhões. 

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A incorporadora estuda, juntamente, uma capitalização da companhia através de emissão de novas ações. A conclusão do processo de análise e avaliação deverá sair dentro do prazo não superior a 120 dias a contar desta segunda-feira, 27.  Em relatório, o Credit Suisse avaliou a notícia como mista, considerando que o papel encontra-se atualmente bem descontado, especialmente pela perspectiva de risco no seu processo de reestruturação. Os analistas apontaram que a proposta pode ser benéfica para os atuais acionistas, mas pode trazer grande diluição para os minoritários que não seguirem a oferta.

Providência
Já o grupo norte-americano Polymer comprou a Providência (PRVI3) por R$ 9,75 por ação, comunicou a empresa, superior ao fechamento desta segunda-feira (27), de R$ 8,50 – após alta de 20,23%. Com tag along de 100%, é capaz que a Polymer tenha que pagar o mesmo valor para todos acionistas – caso essa alienação dispare essa necessidade. 

Assim, como as ações sobem 16,83% por volta das 12h30 (horário de Brasília), para R$ 8,26, ainda é possível ganhar R$ 1,49 por ação com essa operação. Foram 10 fundos de participações que resolveram vender suas ações da empresa, que já estava a venda há algum tempo, para a PGI Polímeros do Brasil e para a Polymer Group. Um famoso acionista da empresa, Angra Partners, que toca a reestruturação da OGX Petróleo (OGXP3), não participou da operação. 

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No total, foram alienadas 57.013.069 ações da empresa, por R$ 555,87 milhões. Desse total, apenas R$ 430,60 milhões serão pagos diretamente, cerca de R$ 7,55 por ação. Esse é o ponto complicado da operação: R$ 0,32 por ação, cerca de R$ 18,40 milhões, estarão em uma parcela depositada em uma conta de movimentação restrita e só serão entregues lá na frente.

Haverá também R$ 106,87 milhões, cerca de R$ 1,87 por ação, que será retido e só será pago em situações a serem definidas pelo contrato de compra e venda – ainda confidencial. Ao investidor interessado em ganhar com o tag along da Providência, portanto, o ideal é esperar a divulgação das informações e o posicionamento da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) em relação ao caso – ainda havendo o risco de perder dinheiro com essa operação. 

As chances do pagamento do valor integral são altas: a PGI assumiu no contrato a obrigação de, depois de terminada a operação, realizar uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) para comprar as ações restantes na BM&FBovespa. A venda ainda está sujeita à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). 

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CCX
Outro destaque foi a CCX Carvão (CCXC3), de Eike Batista, dona de minas de carvão na Colômbia, cuja venda para o grupo turco Yildrim está mais próximo, informou coluna Radar, da Veja, no último domingo, 26. Embora não traga novidades, um acordo é esperado para os próximos dias. 

As ações da empresa respondem com forte valorização nesta sessão e registravam alta de 7,34, sendo cotados a R$ 1,17. Na máxima do dia, chegaram a subir 17,43%, a R$ 1,28. A venda é esperada há meses e não há indicações oficiais se houve avanços ou não.