Axia: bonificação é uso eficiente das reservas de lucros antes tributação, diz BBA

Axia, ex-Eletrobras, aprova aumento de capital de R$ 30 bi e bonificação de ações

Felipe Moreira

Fachada da Axia Energia (Crédito:
Divulgação AXIA Energia)
Fachada da Axia Energia (Crédito: Divulgação AXIA Energia)

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A Axia (AXIA3), antiga Eletrobras, aprovou aumento de capital de R$ 30 bilhões, resultando na emissão de 606,8 milhões de ações preferenciais classe C (PNCs), que serão distribuídas a todos os acionistas como bonificação na proporção de 1 para 0,263, preservando a proporcionalidade e evitando qualquer diluição. Cada PNC terá valor contábil de R$ 49,44, calculado pela divisão do montante capitalizado pelo número de ações emitidas.

Por volta das 10h11 (horário de Brasília), as ações da companhia caíam 0,75%, a R$ 63,34.

O Itaú BBA avalia a divulgação como um esclarecimento positivo de uma estrutura já considerada favorável. O banco ressalta que a proposta, por si só, não representa aumento nos dividendos recorrentes, mas configura um uso eficiente das reservas de lucros acumuladas, antecipando possíveis mudanças na tributação de dividendos e alinhando-se à estratégia de alocação de capital da Axia.

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De acordo com a instituição, os termos detalhados reforçam a percepção de que a Axia está gerindo ativamente sua estrutura de capital, buscando equilibrar a capacidade de investimento, a remuneração aos acionistas e o fortalecimento da governança.

Estrutura

O Itaú BBA destaca que a estrutura é economicamente neutra para os investidores, já que as PNCs possuem direitos econômicos idênticos aos das ações ordinárias (ONs) e podem ser totalmente convertidas ou resgatadas pelo preço de mercado da ON.

A empresa informou que o valor de R$ 49,44 por PNC está alinhado ao preço esperado ex-direitos da ON, atualmente em torno de R$ 63, mantendo o direito econômico de receber as PNCs. O preço foi calculado com base na média dos últimos pregões da AXIA3. Para os investidores, o valor econômico total permanece inalterado: o que hoje está refletido em uma ação ON será redistribuído entre a ON ajustada e a nova PNC, preservando o valor total do acionista.

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As PNCs também terão direitos de governança equivalentes às ONs, incluindo voto completo, proteção tag-along de 100% e dividendos equivalentes. Por serem resgatáveis ou conversíveis em ONs pelo preço de mercado, devem negociar muito próximas das ações ordinárias.

Para os acionistas preferenciais, a empresa confirmou o valor de resgate das PNRs em R$ 1,30 por ação, compensando o prêmio legal de 10% sobre dividendos.

Próximos passos

A Assembleia Geral Extraordinária (AGE) está marcada para 19 de dezembro de 2025 e será decisiva. Os acionistas votarão sobre a capitalização, a criação das classes PNC e PNR e as alterações estatutárias relacionadas.

Se aprovadas, as ações passarão a negociar ex-direitos em 22 de dezembro, e as PNCs emitidas iniciarão negociação no mesmo dia, com liquidação prevista para 26 de dezembro, seguindo os procedimentos da B3 e do banco depositário. As PNRs serão automaticamente resgatadas em dinheiro logo após a AGE, com a data de pagamento a ser definida.

O BBA manteve recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 63,30.