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Depois de um segundo trimestre bastante positivo para as principais companhias do setor de frigoríficos, especialmente para aquelas expostas ao segmento avícola, dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) apontam para mais números fortes à frente. Os números incluem exportações brasileiras, spreads (diferença entre o preço no mercado futuro e o equivalente físico, indicador da margem do setor) no Brasil e nos EUA e volumes de produção.
Segundo MDIC, os preços de aves tiveram um forte desempenho na 5ª semana de agosto, aumentando cerca de 8,1% na comparação mês, enquanto os volumes também mantiveram desempenho positivo, avançando 5,9% na base mensal.
O Bradesco BBI avalia que os dados de proteína de agosto reforçaram um ambiente otimista para os players de aves no Brasil e nos EUA, com spreads crescendo consistentemente de níveis já acima da média. Cabe destacar que o segmento avícola foi um dos grandes destaques na temporada do segundo trimestre do setor.
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No lado negativo, os impactos do recente surto de doença de Newcastle no Brasil finalmente apareceram nos volumes de exportação de carne de frango (-15% na base mensal e -7% na base anual), embora a maioria das restrições já tenham sido suspensas ou limitadas ao estado do Rio Grande Sul, sugerindo uma potencial recuperação nos próximos meses.
Para o BBI, o destaque positivo fica para os preços de exportação de proteína do Brasil, que, apesar do real mais fraco, aumentaram para frango, porco e carne bovina.
Na avaliação do banco, o mercado de carne bovina dos EUA continua pressionado pela oferta restrita de gado, apesar de uma melhora marginal nos spreads. O BBI vê os dados de agosto como bastante favoráveis para a JBS (JBSS3), que está exposta ao mercado de aves dos EUA, onde os spreads continuam a acelerar mais. A BRF (BRFS3) também deve se beneficiar de spreads mais fortes de aves e carne suína no Brasil.
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O JPMorgan, por sua vez, explica que as margens de exportação de frango continuam a aumentar com os preços e volumes mais altos. “O aumento é sustentado principalmente pelo melhor desempenho de volume e preço em julho”, acrescenta.
A semana também foi positiva em termos de preços para todas as proteínas. Para a carne bovina, os preços continuam em território positivo, enquanto os volumes adicionaram mais suporte às receitas.
Já os preços da carne suína tiveram desempenho positivo durante a semana, a US$ 2,46/kg. Por outro lado, os volumes tiveram desempenho fraco durante o período, caindo -3,7% na base mensal, pressionando ainda mais as receitas.
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JBS (JBSS3)
O Itaú BBA prevê que o momento positivo de curto prazo para o setor avícola deve conitnuar no 3T24 e 4T24, mas espera um reajuste de ciclo para o ano de 2025. Nesse cenário, o banco vê o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado da JBS caindo cerca de 11% na base anual, mas um rendimento de fluxo de caixa (FCFE) ainda sólido de 13% para o próximo ano, justificando postura positiva do banco por enquanto.
De negativo, os analistas do BBA apontam que os custos com ração estão aumentando. Na semana passada, houve um aumento nos preços da soja e do milho em Chicago, com aumentos de 3,5% e 4,5%, respectivamente.
De acordo com o BBA, a tendência de alta nos custos com ração pode pressionar as margens nos próximos meses, exigindo um monitoramento rigoroso do ambiente de custos.
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O Itaú BBA e JPMorgan mantiram visão construtiva para JBS, com recomendação de compra e preço-alvo de, respectivamente R$ 46 e R$ 43.
BRF (BRFS3)
O Itaú BBA comenta que a alta nos preços de exportação de frango chamaram sua atenção, devido a uma magnitude incomum de melhoria da comparação mês a mês, a qual o banco ainda precisa de mais clareza para entender a recorrência daqui para frente.
Olhando para gestão de passavos, o BBA comenta o resgate antecipado de duas séries de debêntures, totalizando quase R$ 1 bilhão. Embora represente apenas 5% da dívida bruta da BRF, analistas acreditam que o anúncio reforça a disciplina da BRF com alocação de capital.
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Com relação ao pagamento de dividendos, o BBA cita que discussões aumentaram com proximidade do final de 2024 e devido às expectativas do lado da compra de um FCFE de R$ 4,5 bilhões para o ano.
O Itaú BBA permanece neutro sobre BRF e preço-alvo de R$ 19, enquanto JPMorgan recomenda compra e preço-alvo de R$ 29.
Marfrig (MRFG3)
A equipe de análise do BBA comenta que os spreads de carne bovina dos EUA permaneceram estáveis na base mensal, mas os preços de corte caindo 1% no período, apesar da sazonalidade favorável da temporada de churrasco. As empresas já expressaram preocupações sobre a potencial compressão da margem no terceiro trimestres, mas o BBA vê a Marfrig continuando a alavancar seu portfólio diversificado e eficiências operacionais para sustentar um desempenho decente em meio a um ambiente de mercado complexo.
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“O foco consistente da empresa em gerenciamento de custos e adaptabilidade de mercado continua sendo um ponto forte na condução de resultados estáveis”, destaca BBA.
Olhando para o futuro, segundo BBA, os investidores estão esperando um quarto trimestre desafiador, pois os frigoríficos podem encontrar restrições de fornecimento junto com a redução da demanda.
O BBA mantém classificação neutra para Marfrig e preço-alvo de R$ 14.