Austin projeta ano de dificuldades nos EUA e de recuperação na China

Agência vê EUA com crescimento de 2,1% este ano e 2,9% em 2014, sendo que potencial do país é de 3,5%

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após um final de 2012 e começo de 2013 turbulentos, a economia norte-americana parece estar se amenizando um pouco dos problemas, sinal disso são os índices acionários atingindo máximas históricas. Mesmo com um cenário relativamente positivo no momento, a Austin Rating projeta uma economia com crescimento baixo para os EUA.

Para os analistas da agência, o país deve apresentar um crescimento de 2,1% em 2013 e 2,9% no ano seguinte, sendo que o potêncial norte-americano está próximo de 3,5%. Uma das grandes questões ainda gira em torno das dúvidas fiscais e a necessidade de estímulos à atividade econômica, com destaque para a recuperação consistente do nível de emprego.

No final do ano passado, um dos grandes temores ficou sobre o chamado “abismo fiscal”. Democratas e republicanos realizaram diversas reuniões para tentar encontrar uma solução para a questão, sendo que a manutenção dos juros baixos para famílias de classe média no país era uma das medidas apontadas. A resposta só foi encontrada na data limite, 1º de janeiro de 2013, quando a manutenção de juros baixos foi mantida e o governo adiou por alguns meses o tal abismo nas contas.

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2013 e os novos desafios
Entre outros estímulos econômicos destacados pela Austin, o QE3 (Quantitative Easing) é um dos pontos de maior destaque para ajudar o país a se recuperar. Em setembro de 2012, o Federal Reserve anunciou um plano para realizar compras de US$ 40 bilhões em títulos segurados por hipotecas nos EUA por mês para ajudar o país a se recuperar.

A discussão agora fica se o Fed irá acabar com o pacote de estímulo, já que a economia começa a dar sinais de recuperação, ou se vai manter por mais tempo. Após a reunião do Fomc (Federal Open Market Comittee) ocorrida em fevereiro, analistas e economistas passaram a discutir qual seria o próximo passo da autoridade monetária em sua ajuda aos EUA.

Mais um ponto de destaque nos últimos meses, o “sequestro” chamou a atenção neste começo de ano. Com as dificuldades enfrentadas pelo governo, mais uma vez republicanos e democratas passaram a debater qual a melhor forma de evitar maiores gastos, mais uma vez, os dois partidos não chegaram a um acordo exato e o “sequestro” entrou em vigor. A medida cortou automáticamente, no dia 1º de março, US$ 85 bilhões de dólares do orçamento governamental.

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Recuperação chinesa
Para a China, a Austin tem a expectativa de retomada do nível de crescimento para níveis próximo de 9%, destacando que o país ainda passa pelo processo de êxodo rural e que há a necessidade de absorver essa mão de obra nova no mercado de trabalho. Além disso, eles apontam para a redução do benefício que os baixos custos de produção incorriam na taxa de inflação.

Por fim, uma dificuldade que o governo deve ter é a necessidade de controlar os níveis de endividamento das famílias em virtude do próprio efeito de sofisticação do sistema financeiro do país, além do aumento do mercado de crédito.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.