Aumento do IPI para veículos importados pode ser tema de audiência pública

De acordo com deputado que propôs audiência, o aumento do IPI tem aspectos econômicos e sociais que precisam ser debatidos

Jéssica Consulim Roccella

Publicidade

SÃO PAULO – O autor do Decreto Legislativo que susta a decisão do Governo de aumentar o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos veículos importados, deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE), apresentou requerimento para audiência pública sobre a alta do imposto, na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle.

De acordo com Mendonça, o aumento do IPI tem aspectos econômicos e sociais que precisam ser debatidos. “Esse aumento é um duro golpe no consumidor que vai pagar mais caro, afugenta novos investimentos e não resolve os problemas graves da nossa economia como a alta da inflação, o desequilíbrio fiscal e a altíssima carga tributária”, afirmou o deputado.

Foram convidados para o debate os ministros da Fazenda, Guido Mantega; do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Fernando Damata Pimentel; e o presidente da Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores), José Luiz Gandini.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O requerimento deve ser votado nesta quarta-feira (28) na Comissão de Fiscalização. Se o pedido for aprovado, a comissão marcará a data para a realização da audiência pública.

Conflito de opiniões
Desde o último dia 15 de setembro, o aumento do IPI tem dividido opiniões: enquanto o governo afirma que a decisão será positiva para o mercado interno, associações ligadas ao setor e a oposição não concordam com a medida.

A Abeiva inicialmente se mostrou contrária à medida e expressou sua intenção de entrar com ação contra o aumento, porém, na última sexta-feira (23), admitiu que não entrará com mandado de segurança contra o aumento, para evitar conflitos com o governo.

Continua depois da publicidade

Outra associação que também se manifestou foi a Anfape (Associação Nacional de Fabricantes de Autopeças), que acredita que o aumento pode influenciar negativamente no mercado de autopeças nacionais.

O partido Democratas,  por sua vez, entrou com uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) no STF (Supremo Tribunal Federal), pedindo a suspensão imediata do decreto do governo federal.

Enquanto isso, as montadoras alemãs Audi e Mercedes-Benz continuam praticando os preços de tabela, sendo que a primeira deverá repassar o aumento de forma gradativa nos veículos modelo 2012. Já a chinesa Chery conseguiu, por meio de liminar, isenção do aumento por 90 dias, ação que será contestada pelo governo. Caso tenha decisão contrária em segunda instância, a montadora terá de pagar imposto retroativo, referente ao tempo de vigência da liminar.