Auditoria externa sobre acordos do BNDES com JBS não encontra indícios de corrupção

Na véspera, MPF acusou a JBS e pediu devolução de R$ 21 bilhões por crimes no BNDES

Equipe InfoMoney

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Uma auditoria realizada em oito transações entre a JBS (JBSS3) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não encontrou evidências diretas de corrupção, segundo documento enviado pela JBS e pela assessoria de imprensa do BNDES.

Os negócios investigados incluem financiamento para aquisições da Swift na Argentina e nos EUA, da Pilgrim’s Pride, National Beef e Smithfield também nos EUA, além de acordos com o grupo Eldorado e entre a JBS e o banco de fomento.

A auditoria não encontrou evidências de influência indevida sobre o banco, embora não descarte a possibilidade, pois não teve acesso total a determinados documentos e testemunhas.

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O relatório ainda conclui que documentos e entrevistas “não indicaram que as operações foram motivadas por influência indevida no banco, nem por corrupção ou pressão para conceder tratamento especial à JBS, Bertin e Eldorado”.

A análise dos investigadores aponta: “Houve diversas instâncias nas quais os funcionários do BNDES cometeram desvios ou abriram exceções às políticas do BNDES ou aos contratos relevantes.

Contudo, a equipe de investigação concluiu, com base nas informações coletadas durante a investigação, que as decisões do banco parecem ter sido tomadas depois de considerados diversos fatores negociais e de sopesados os riscos e potenciais benefícios para o banco.

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Os documentos da época e as entrevistas realizadas não indicaram que as operações tenham sido motivadas por influência indevida sobre o banco, nem por corrupção ou pressão para conceder tratamento preferencial à JBS, à Bertin e à Eldorado.”

A auditoria foi contratada pelo BNDES e conduzida pelas empresas Cleary Gottlieb Steen & Hamilton e Levy & Salomão Advogados.

Vale destacar que, na véspera, o Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação civil pública por improbidade administrativa contra o grupo JBS e a J&F Investimentos, além de 14 pessoas ligadas às empresas ou ao governo federal nas gestões petistas. O MPF acusa esse grupo de fraudes em financiamentos do BNDES durante o processo de internacionalização do JBS, entre 2007 e 2011.

Por conta disso, pediu que a BNDESPar, braço de participações do banco, seja ressarcida das perdas que teria tido. Acrescido de juros e multas, esse devolução de recursos chegaria à casa dos R$ 21 bilhões.

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Na ação, o Ministério Público pediu a condenação das empresas JBS e J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, dos ex-ministros Guido Mantega e Antonio Palocci e do ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho, entre outros.

Em nota emitida ontem, o grupo J&F, que controla a JBS, disse ser “inacreditável, inaceitável e desleal que se usem as informações trazidas pelos colaboradores contra eles mesmos, que contribuíram para que o MPF chegasse até elas.”

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