Assaí: decisão judicial reforça risco da tese ligado ao GPA, mas sem impacto imediato

Justiça negou pedidos do Assaí sobre garantias para contingências tributárias

Felipe Moreira

Logo do Assaí em loja da rede em São Paulo 11/01/2017 REUTERS/Paulo Whitaker
Logo do Assaí em loja da rede em São Paulo 11/01/2017 REUTERS/Paulo Whitaker

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O GPA (PCAR3) informou nesta segunda-feira (15) que a Vara Empresarial de São Paulo rejeitou integralmente o pedido de liminar pré-arbitral apresentado pelo Assaí (ASAI3). Às 11h46, as ações do Assaí caíam 2,25%, R$ 7,81, enquanto PCAR3 recuava 3,52%, a R$ 3,84.

A rede de atacarejo buscava obrigar o GPA a oferecer garantias para cobrir eventuais perdas financeiras que pudessem atingir o Assaí em decorrência do contencioso tributário do controlador, além de bloquear os recursos caso o Casino decidisse vender sua participação de 22,5% na GPA, estimada em cerca de R$ 430 milhões. A decisão ainda cabe recurso.

Na avaliação do JPMorgan, a notícia não deve ser um gatilho relevante para as ações do Assaí, embora tenha viés levemente negativo. Segundo o banco, a decisão traz esse risco de cauda novamente para o radar dos investidores, adicionando ruído ao caso, ainda que sem impacto concreto no horizonte previsível.

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Para o GPA, há duas leituras. A primeira, levemente positiva, é que se reduz a probabilidade de depósitos judiciais no curto prazo relacionados às demandas do Assaí. A segunda, mais ruidosa, é que a rejeição da liminar abre caminho para uma eventual venda da participação do Casino, possibilidade que já havia circulado na mídia em setembro.

O JPMorgan manteve recomendação underweight para ações de Assaí e GPA.

Apesar de não haver impacto imediato sobre caixa ou resultados, o Bradesco BBI avalia que a negativa reforça a percepção de risco na tese, dado que o Assaí segue solidário às contingências do GPA.

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“Mesmo em cenário extremo, eventuais desembolsos seriam diluídos ao longo de vários anos, mas a exposição a passivos relevantes adiciona vulnerabilidade e pode influenciar o prêmio de risco do papel”, comenta BBI. O banco manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 13, sustentada pelo potencial operacional e valuation atrativo, mas reconhece que o tema tributário tende a permanecer como fator de incerteza estrutural, exigindo monitoramento contínuo.