As ações brasileiras mais expostas à recuperação da economia da China, segundo o Morgan Stanley

Notícias sobre flexibilização das políticas de Covid-zero seguem no radar dos mercados e impactam ações, ainda que caminho seja "tortuoso"

Lara Rizério

(Getty Images)

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A China segue com a sua reabertura da economia, reduzindo o número de locais considerados de alto risco de surtos mais amplos de Covid, reabrindo áreas bloqueadas, incluindo uma que abriga uma importante fábrica de um fornecedor da Apple. As notícias sobre o aumento do número de casos de Covid concomitante à reabertura gradual do país seguem sugerindo uma reabertura tortuosa, mas há sinais um pouco mais claros de mudança de estratégia e de que a flexibilização das medidas anti-Covid devem continuar.

Com isso, diversos bancos, incluindo o Morgan Stanley, aumentaram a sua confiança em relação ao apelo de longa data de que a China reabrirá a economia de forma mais ampla até a sua primavera (entre março e junho de 2023), especialmente após anúncios recentes de algumas autoridades chinesas importantes.

A primeira reunião do novo Politburo desde o Congresso do Partido aumentou a confiança do mercado com a reabertura em 2023, além de apontar uma política fiscal mais expansionista e uma abertura mais pró-negócios, destacou o banco na última semana.

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Neste sentido, o Morgan Stanley apresentou as empresas de capital aberto da América Latina com maior exposição de receita à China (ou seja, que mais de 15% de suas receitas esperadas para 2022 sejam atreladas ao gigante asiático) e que, assim, podem se beneficiar com a reabertura.

Os analistas apontam que, para esse grupo, houve um retorno positivo dos ativos de 27% em dólares nos últimos três meses e meio, superando o MSCI Latin America geral e os mercados emergentes em 21% e 15%, respectivamente.

A lista do Morgan Stanley contém doze ações da América Latina, sendo que sete são de empresas brasileiras. São elas: CSN Mineração (CMIN3), com 81% da receita atrelada à China. Na sequência, estão SLC (SLCE3; com 67% atrelada à China), Vale (VALE3, 50% da receita relacionada ao país), Suzano (SUZB3, 45%), PRIO (PRIO3, 34%), Minerva (BEEF3, 34%) e CSN (CSNA3;27%).

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Entre as demais companhias da região, estão a chilena de mineração, siderurgia, processamento de aço e infraestrutura CAP (com 51% da receita atrelada à China), a também chilena empresa química Soquimich (49%), além das peruanas de mineração Buenaventura e Southern Copper (respectivamente 23% e 21%) e, por fim, o conglomerado mexicano de mineração, transporte e infraestrutura Grupo México (17%).

“Nosso grupo de ações da América Latina com a maior exposição de receita à China tem forte concentração em produtores de commodities. Por exemplo, as empresas dos setores de materiais básicos e energia (que inclui petróleo e gás) respondem por 99% do valor de mercado atual”, aponta o Morgan.

Entre as companhias citadas, os analistas do banco destacam a Vale e a CAP como as integrantes de seu portfólio para a América Latina. Cabe destacar que, na semana passada, o Morgan elevou a recomendação dos ADRs (na prática, os ativos da companhia negociados na Bolsa dos EUA) da Vale para equivalente à compra, destacando uma série de catalisadores positivos, o que inclui a tese de reabertura da China.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.