As 5 ações que subiram mais de 100% na Bolsa no 1° semestre

Enquanto o Ibovespa subiu "apenas" 3,22% nos seis primeiros meses, algumas ações normalmente pouco movimentadas e, em sua maior parte, fora do radar dos investidores deram o que falar

Paula Barra

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SÃO PAULO – Fora do radar Ibovespa, cinco companhias se destacaram na Bolsa no primeiro semestre deste ano por conta da forte valorização. Enquanto o principal índice de ações do mercado brasileiro subiu 3,22% nos seis primeiros meses do ano, esses papéis dispararam mais de 100% no período.

Dentre essas empresas, aparecem algumas ações de baixíssimas liquidez na Bolsa, sendo normalmente pouco movimentadas por pregão. Em alguns casos, chegam a não apresentar nenhum negócio por dia.

Mas entre essas micro e small caps, uma chama atenção em especial, que é o caso da B2W (BTOW3), que aparece como a quarta maior alta do período, com valorização de 104%. A empresa, que já chegou a fazer parte do Ibovespa, deu uma reviravolta no início do ano com o anúncio de injeção de capital de um fundo  americano, pegando muitos analistas e investidores de “calças curtas”, que viam a ação ainda com cautela por conta de um cenário complicado para a empresa, que vê suas margens cair e não consegue dar lucro. 

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Confira as maiores altas da Bolsa no 1° semestre: 

Net (NETC4, +185,64%) e Embratel (EBTP4, +102,31%, R$ 17,50)
A maior alta ficou por conta das ações da pouco comentada Net (NETC4), cujos papéis registram normalmente um baixíssimo volume financeiro em Bolsa. Embora tenha avançado desde o mês de janeiro, a empresa, controlada pela Embratel, viu suas ações ganharam mais força a partir de abril, assim como sua controladora, que encerrou o semestre como a quinta maior alta da Bolsa. 

No início daquele mês, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou, sem restrições, a operação societária envolvendo Embratel (EBTP4), o grupo Globo e a Net. 

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A operação consistia na aquisição, pela Embrapar, holding controlada da Embratel, do equivalente a 5,5% do capital votante da GB Empreendimentos e Participações, ações estas que pertenciam anteriormente à Globo. Com essa operação, a Embratel passou a ser a maior acionista da GB, que detém 51% do capital social da Net.   

Além desse comunicado, um dia marcou as ações da Embratel na Bolsa. Em 5 de maio, as ações da empresa famosa pelo slogan “faz um 21” disparou 81,82%. A companhia disse desconhecer o motivo do movimento na ocasião, mas por ter pouca negociação no mercado, o papel tende a apresentar movimentos bruscos quando um grande investidor se pociona na ação. Mesmo que não houvesse nenhum notícia que justificasse a disparada no dia, grandes nomes estão por trás dos papéis da Embraer. A ação é uma das preferidas de Luiz Barsi, conhecido como o “Rei da Bovespa”, por ser um dos maiores investidores pessoa física do mercado brasileiro. E, além disso, a companhia faz parte do grupo América Móvil, maior empresa de telecomunicações da América Latina e presidida por ninguém menos do que Carlos Slim, 2° homem mais rico do mundo, atrás apenas de Bill Gates, segundo ranking da Bloomberg. 

Tecnosolo (TCNO4, +150%, R$ 0,15)
Outra ação que ganhou destaque nesse período foi a da Tecnosolo, que saiu do patamar de R$ 0,06 em dezembro para alcançar R$ 0,24 em 26 de junho – sua maior cotação desde junho de 2012, dois meses antes da empresa entrar com pedido de recuperação judicial. O papel encerrou o mês valendo R$ 0,15.

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Em entrevista ao InfoMoney, André Camacho, diretor de relações com investidores da empresa, disse que a empresa conseguiu encerrar o ano passado com uma nova perspectiva. “Saímos do ano passado com a aprovação do plano de recuperação judicial, mostrando que a empresa tinha uma solução viável, e criamos uma subsidiária integral que nasceu sem dívida nenhuma, limpinha. Depois disso, a carteira da empresa, que tinha sido duramente penalizada pela recuperação, voltou a crescer. O mercado acompanhou essa evolução”, explicou.

Em abril deste ano, a empresa informou que conseguiu uma nova carteira de serviços da ordem de mais de R$ 220 milhões, com destaque para a construção do Velódromo Olímpico para as Olimpíadas de 2016, um conjunto de obras de recuperação de encostas e canalização na região da Nova Friburgo. E isso só foi possível com o passo que a empresa deu em setembro do ano passado, com a criação da sua subsidiária integral Tecnosolo Serviços e Engenharia, uma vez que a nova empresa não tem dívidas e pode disputar licitações públicas da ordem de R$ 900 milhões. 

“Hoje podemos disputar grandes serviços públicos com a criação dessa subsidiária. Ou seja, a empresa está num momento importante e pode voltar a ser o que era antes da recuperação. Acreditamos que em um a dois anos conseguimos chegar a esse patamar. A empresa tem força para isso”, comentou. 

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Café Iguaçu (IGUA5, +121,24%, R$ 7,50)
Na terceira colocação da Bovespa, aparece a alta das ações da Café Iguaçu (IGUA5). Se as outras ações já mencionadas acima apresentam pouco volume de negócios na Bolsa, essa registra menos ainda. Tem dias que o papel nem é negociado no mercado. Para se ter uma ideia, nos últimos 21 pregões o ativo movimentou em apenas sete, sendo que nesses o número de negócios ficou entre 1 e 2. O volume financeiro médio diário nesse período ficou em R$ 7,6 mil. 

A empresa está em processo para fechamento de capital. Em abril, a companhia comunicou ao mercado que sua acionista controladora Marubeni Corporation apresentou pedido de registro de OPA (Oferta Pública de Aquisição) da totalidade das ações ordinárias para cancelamento de registro de companhia aberta.

O preço da OPA é de R$ 7,99, atualizado por uma taxa anual de 10,75%, calculados pro rata die a contar de 1° de abril de 2014, antes da data de leilão da OPA. A companhia contratou ainda que foi contratado, como instituição intermediadora da OPA de cancelamento, o Bradesco BBI. 

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B2W (BTOW3, +104,03%, R$ 28,00)
Completando o time das maiores altas da Bolsa no primeiro semestre, aparecem as ações da B2W, dona da Submarino e das Americanas.com. A empresa foi quase completamente impulsionada pela confiança trazida com o fundo americano Tiger, que se comprometeu a injetar entre R$ 459,2 milhões e R$ 1,2 bilhão, pagando R$ 25 por ação em um aumento de capital. Na época do anúncio, a ação da varejista online operava a R$ 15,50. 

A arrancada das ações da B2W foram intensificadas no final de maio com a entrada no índice MSCI, índice de ações que serve de referência para muitos fundos estrangeiros investirem em ações brasileiras. O fato foi considerado uma surpresa, pois a nova carteira do índice havia sido divulgada em meados de maio e não incluía a empresa. 

Em 5 de junho, os acionistas aprovaram o aumento de capital de R$ 2,38 bilhões, operação que já havia sido aprovada pelo Cade da empresa de comércio eletrônico no fim de janeiro.

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