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SÃO PAULO – Imagine um país que, com mais de 8 milhões e meio de quilômetros quadrados, é o quinto maior do mundo. Que possui as maiores reservas de água doce, mar de ponta a ponta e recursos naturais incalculáveis.
Por outro lado, imagine esse mesmo lugar sendo o campeão mundial da violência, dono da maior carga tributária do mundo, com o segundo maior orçamento para pagamento da máquina pública e com a pior relação imposto-retorno que já se viu.
O país vem passando, nos últimos dez anos, pela maior crise financeira dos últimos tempos. Podemos considerar, sem exageros, que essa geração experimentou uma década inteira de crescimento zero. A bolsa poderia, corrigida pela inflação, estar em 115 mil pontos. Parece haver um paredão nos 68 mil pontos.
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Esse paredão tem nome: ineficiência.
Não dá para negar: temos uma quantidade enorme de problemas. Quais devem ser resolvidos primeiro? Essa é uma questão que geraria um grande debate, mas, definitivamente, quatro deles causariam um grande efeito de crescimento no país. São eles:
A criação de uma mentalidade livre e de crescimento
Ainda somos um povo excessivamente paternalista, que deposita na mão da classe política a resolução de todos os problemas. Será que ainda não percebemos que boa parte deles estão mais preocupados com o próprio bolso do que em cumprir as suas atribuições?
Acreditamos, também, que leis e regulamentações são capazes de resolver as coisas. Já somos os campeões mundiais em número de leis; nós temos mais de 181 mil delas. Algumas tão úteis quanto o projeto de lei que proíbe que animais tenham nome de gente.
Há reservas para aeroportos para OVNIS e outras excentricidades.
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Precisamos reconhecer que a prosperidade e o avanço são frutos da iniciativa privada, do trabalho duro de milhões de contribuintes que acordam cedo para ganhar o seu dinheiro.
De acordo com Thiago Nigro, criador do canal O Primo Rico e entusiasta do Código da Riqueza, a questão está profundamente arraigada na mentalidade do povo brasileiro: “Desde cedo a gente aprende que ganhar dinheiro é difícil, que por detrás de toda grande fortuna há um crime, que se não tomar cuidado com dinheiro ele some…é toda uma cultura baseada na ideia de que você vai perder dinheiro e não multiplica-lo. De que enriquecer é sorte e não o resultado da geração de valor para outras pessoas. Nos últimos anos estamos investigando o fenômeno da riqueza e o que percebemos é que o sucesso é muito mais uma questão de escolha do que de sorte”.
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Enquanto acreditamos que a solução dos nossos problemas está nas mãos de um punhado de pessoas, incorreremos nos mesmos erros.
A reforma tributária
Somos o país da burocracia. O nosso ordenamento tributário é um dos mais pavorosos do planeta. Pagamos mais impostos em remédios do que em revistas e filmes pornôs. Nossos empresários gastam, anualmente, mais de 2.600 horas apenas para cumprir obrigações tributárias.
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Quanto custa todo esse tempo? Será que não poderíamos utilizá-lo para produzir mais e criar mais oportunidades?
E esse monstro nunca para de crescer: todos os dias surgem cerca de 50 novas leis tributárias. A pergunta que fica é: elas estão ajudando a quem?
Em um país onde se gasta mais energia para calcular impostos do que para criar novas soluções, não é de se espantar que sejamos tão improdutivos.
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Investir em infraestrutura e tecnologia
Todos os anos nós perdemos bilhões de reais, que gostariam de estar aqui, circulando entre os nossos consumidores e enriquecendo os nossos cofres, pelo simples fato de não termos infraestrutura para recebe-los.
Nossos portos são um dos mais caros do mundo e nossas estradas estão em condições precárias. Há, ainda, o custo da violência e da falta de estrutura para que bens de consumo circulem por dentro dos nossos estados.
Os maiores navios do mundo não podem aportar aqui, porque nossos portos não possuem profundidade o suficiente, não podemos escoar com velocidade e as nossas taxas portuárias tornam tudo ainda menos atraente.
Já nas grandes cidades, a internet, o motor do desenvolvimento de negócios ligados à tecnologia e à informação, é cara e pouco eficiente.
A nossa telefonia ainda é uma das mais caras do mundo e isso impede que a nossa comunicação circule livremente. Negócios deixam de ser feitos e empresas são impactadas por toda essa precariedade.
Casos como o da Coréia do Sul, Austrália e Nova Zelândia mostram que o desenvolvimento da infraestrutura do país estão ligadas – imediatamente – ao seu desenvolvimento econômico, que impacta em todas as áreas: saneamento, saúde, educação, mercado de trabalho…
A abertura do nosso mercado e as boas-vindas à concorrência
De acordo com o ranking da liberdade, feito pela fundação Heritage, dos 180 países pesquisados, o Brasil ocupa a posição de número 140.
Ou seja: estamos do lado de nações como Togo (138°), Burindi (139°) e atrás de países como o Gabão (103°) e o Tadjiquistão (109°).
Surpreso? Calma, está só começando.
Somos, tributariamente falando, o país mais confuso do mundo. De acordo com os próprios pesquisadores responsáveis pela elaboração do ranking da liberdade: “Os escândalos de corrupção minaram a confiança em instituições públicas e privadas e contribuíram para o declínio do Brasil no Índice de Competitividade Global 2016 do World Economic Forum”.
Quantos bancos nós temos no país? Quantas operadoras de telefone celular? Quantas empresas de TV a cabo ou planos de saúde?
A ausência de concorrência só favorece os grandes monopólios.
Quantas marcas de carne você encontra no mercado, quando vai comprar o churrasco de domingo? Pois é. Não é à toa que os escândalos de corrupção acabam envolvendo, na maioria das vezes, essas empresas em situação de baixa concorrência. Se torna atraente – com tanto poder concentrado na mão de poucos players – se deixar corromper.
Precisamos, para ontem, reduzir as barreiras de entrada para novos negócios, fomentar o surgimento de uma malha constante e crescente de concorrência e incentivarmos a competitividade. Isso se traduz em preços mais baixos, melhores produtos e serviços prestados em um padrão cada vez maior de qualidade.
Os nossos problemas são muitos, mas boa parte deles seriam resolvidos com esses quatro pilares reformados: a nossa mentalidade, o nosso ordenamento jurídico, nossa infraestrutura e capacidade de escoamento e um bom ambiente para negócios.
Assim, não precisamos continuar acreditando em super-heróis e salvadores da pátria. A história nos mostra que, na maioria das vezes, isso só traz desgraças.
Em breve, Thiago Nigro e sua equipe vão lançar o maior documentário sobre finanças e prosperidade já produzido no Brasil. Inscreva-se para receber o documentário de graça