As 2 bolsas brasileiras: uma sofre com governo e outra mostra saltos robustos em 2012

Ações que sofreram com ingerência do governo perderam, na média, 85% do seu valor máximo, aponta o Credit Suisse Hedging-Griffo

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – O Brasil tem duas bolsas: uma que está sujeita às intervenções do governo e a outra está livre da mão pesada de Dilma Rousseff. As ações que estão livres da ingerência governamental conseguiram no ano uma rentabilidade bem superior às demais; aquelas que sofrem com as mudanças do Estado perderam, na média, 85% do seu valor máximo corrigido pelo CDI, mostra um relatório do Credit Suisse Hedging-Griffo.

O Ibovespa encontra-se no meio desse lamaçal, e segue no ano sem forças para conseguir um desempenho de dois dígitos. Até agora, o índice acumula ganhos de 5,17%, aos 59.686 pontos, e vem sendo fortemente penalizado por essa ingerência do governo, que vem mexendo na base de vários setores importantes para economia, como o bancário e o elétrico.

A Eletrobras (ELET3; ELET6) passou por uma reviravolta no mercado nos últimos meses e viu seus papéis atingirem o valor mínimo em 22 de novembro de 2012. Essa incerteza levou a empresa perder 93,5% do seu valor máximo desde 1994 corrigido pelo CDI, e figurar na maior queda do ranking elaborado pelo Credit Suisse Hedging-Griffo. 

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

A “culpa” da empresa foi aceitar a proposta de renovação antecipada das concessões do governo, pesando numa queda de mais de 50% de suas ações no ano. Um presente de grego, o qual pode zerar o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa em 2013.

Outra que também vem sendo bem ferida pela mão pesada do governo é a Petrobras (PETR3; PETR4), que tem como acionista controlador o governo, e que vem segurando o reajuste no preço dos combustíveis para conter a inflação. As ações ordinárias da companhia perderam 78% do seu valor máximo. 

Confira o ranking de quem está no topo e aquelas que mais perderam:

Continua depois da publicidade

Fonte : Economática, CSHG 

Já na outra ponta, aparecem papéis que vêm renovando máxima ano a ano, como os da Ambev (AMBV4), que alcançaram o valor máximo no final de novembro, bem longe do pior patamar, em março de 1995. Na sequência, figuram as ações da Natura (NATU3) e Lojas Renner (LREN3); ambas atingiram patamar máximo esse ano. 

Essas ações, que estão no top do gráfico “all time high”, tem em comum, em sua maioria, o setor de atuação: varejo. O setor deu um salto de 2003 para cá, e provalmente não deve ter problemas no próximo ano, com os juros baixos, os estímulos dados pelo governo e as desonerações, que produzirão efeitos positivos no consumo por mais um tempo, indica o relatório. 

As 2 bolsas: os setores sujeitos às intervenções governamentais e os demais setores:

Fonte: Bloomberg e Morgan Stanley