As 10 ações que vão pagar mais em dividendos do que a Selic

Com a renda fixa mal conseguindo superar a inflação, momento é de investir em empresas que distribuem seus lucros regularmente

Ricardo Bomfim

SÃO PAULO – Uma opção para os investidores que querem (ou precisam) diversificar suas aplicações em busca de retornos maiores são as ações que pagam dividendos elevados.

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Com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que na última quarta-feira (5) cortou a Selic em 0,25 ponto percentual, para 4,25% ao ano, a rentabilidade da renda fixa se tornou ainda menor do que já era.

Um Tesouro Selic não entregará mais do que 4,25% ao investidor, menos do que a inflação de 2019, que fechou em 4,31% e um rendimento apenas 0,15 ponto percentual acima da inflação esperada para 2020 de acordo com as projeções do Relatório Focus do Banco Central.

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Assim, quem quiser uma rentabilidade maior vai precisar alocar seu dinheiro em investimentos de renda variável. Felizmente, hoje há diversas ações que entregarão em dividendos um rendimento maior do que a taxa Selic.

Vale lembrar, contudo, que ações são mais arriscadas que a renda fixa e a flutuação do preço de alguns ativos pode acabar fazendo o investidor incorrer em perdas apesar dos dividendos distribuídos ao longo do ano.

A equipe de análise da XP listou dez ações com esse perfil de entregar aos acionistas um retorno via dividendos superior à taxa básica de juros. Elas têm estimativa de um dividend yield (divisão do valor esperado em dividendos pelo preço das ações) acima da Selic nos próximos dois anos, e são indicadas em razão das boas perspectivas para seus negócios. Confira o relatório completo.

 Entenda agora o que a equipe de análise da corretora pensa sobre cada um desses papéis.

ISA – CTEEP (TRPL4)

• Dividend yield de 8% para 2020-21

A antiga Transmissão Paulista se beneficia do seu setor, o de transmissão de energia elétrica, que se baseia em receitas fixas corrigidas pela inflação e margens elevadas, destaca a XP Investimentos. “Além disso, a CTEEP recebe elevados fluxos de caixa como indenizações relacionadas a ativos não amortizados existentes até maio de 2000”, apontam os analistas. A recomendação para as ações é neutra.

Desde 2018, a Transmissão Paulista distribui, no mínimo, em torno de 75% do lucro aos seus acionistas. Como a empresa tem poucas dívidas, o pagamento de dividendos extraordinários pode levar o dividend yield a patamares superiores aos 8% estimados na tabela acima.

Taesa (TAEE11)

• Dividend yield de 7,4% para 2020-21

No mesmo setor da CTEEP, e também com recomendação neutra, a Taesa alia dividendos à busca continua por crescimento, seja pela participação em leilões de novas linhas, seja pela aquisição de projetos de outras empresas.

AES Tietê (TIET11)

• Dividend yield de 8,3% para 2020-21

Recebendo recomendação de compra da XP, a AES também está no setor de energia elétrica, mas em geração. As margens aqui também são elevadas e a previsibilidade conta como outro ponto positivo, pois boa parte da receita já é contratada antecipadamente.

Segundo a equipe da XP, a AES apresenta lucros consistentes apesar da volatilidade provocada em alguns anos pelo grau na incidência de chuvas nos reservatórios. Todo o lucro da companhia costuma ser distribuído aos acionistas.

Cyrela (CYRE3)

• Dividend yield de 7,1% para 2020-21

Fora das elétricas, a construtora de alto padrão Cyrela traz boas perspectivas por conta da sua geração de caixa, que se soma ao redimensionamento do balanço, com diminuição do patrimônio líquido, para trazer expectativas de boas distribuições de dividendos este ano. A recomendação da XP é de compra para as ações da companhia.

Engie (EGIE3)

• Dividend yield de 7,2% para 2020-21

Voltando às geradoras de energia elétrica, o trunfo da Engie é sua capacidade de se proteger da baixa incidência de chuvas. Além disso, a companhia expandiu suas operações para outros segmentos, atuando também na transmissão de energia e no transporte de gás. A recomendação da XP para os papéis é neutra.

Sanepar (SAPR11)

• Dividend yield de 6,6% entre 2020-22

No setor de saneamento básico, a Sanepar conta com recomendação de compra da XP e tem uma política de distribuição de dividendos atrativa, oferecendo 25% do seu lucro aos acionistas, além de 25% adicionais quando a situação financeira permite (o que acontece desde 2012). Os acionistas da Sanepar também devem acompanhar de perto a tramitação no Senado do novo Marco do Saneamento, que foi aprovado no fim do ano passado na Câmara dos Deputados.

Itaú Unibanco (ITUB4)

• Dividend yield de 5,7% para 2020

O melhor pagador de dividendos do setor financeiro é o Itaú, que tem recomendação neutra na XP, mas altos lucros e resiliência a problemas econômicos no Brasil. O dividend yield esperado está perto de 5,7% para 2020.

Banco do Brasil (BBAS3)

• Dividend yield de 5,5% para 2020

Com recomendação de compra da XP, o BB é uma estatal com um fluxo de dividendos interessante, até porque tendo o governo como acionista a distribuição de lucros aos cofres do Tesouro se torna relevante. Segundo os analistas, o banco está bem posicionado para manter uma recorrência no pagamento de proventos.

Gerdau (GGBR4)

• Dividend yield de 4,8% para 2020

Entre as siderúrgicas, a XP defende o case de Gerdau pela exposição geográfica diversificada da empresa, que tem grandes operações nos Estados Unidos. Isso se torna uma vantagem competitiva, já que permite à companhia garantir alguma consistência em seus resultados. A recomendação da XP é de compra. O pagamento mínimo de dividendos da Gerdau é de 30% do lucro.

Copasa (CSMG3)

• Dividend yield de 9,9% nos próximos anos

A última empresa da lista atua no setor de saneamento básico e tem uma política de dividendos que prevê uma distribuição de no mínimo 25% e no máximo 50% do lucro. “Com base em nossas estimativas, acreditamos que a Copasa deveria cumprir tais condições sem dificuldades, o que nos leva a estimar um potencial dividend yield extraordinário de até 9,9% para os próximos anos (não incorporado em nossas estimativas)”, argumenta a equipe de análise. A XP tem recomendação neutra para a Copasa.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.