As 10 ações para 2013 da Souza Barros, uma das carteiras campeãs do ano

Clodoir Vieira, economista-chefe da corretora, traça um próximo ano melhor do que foi este que termina e enxerga o Ibovespa entre 68.000 e 72.000 pontos ao final de 2013

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – O ano de 2012 certamente não deixará saudades para o investidor em bolsa. Contudo, as expectativas para o novo calendário mostram-se bastante favoráveis, sobretudo com o mercado brasileiro absorvendo ainda mais os incentivos do governo à indústria e às taxas de juros, que encontram-se em níveis historicamente baixos, aponta o economista-chefe da Souza Barros, Clodoir Vieira.

“A queda de juros pode trazer oportunidades de investimento em renda variável, o Brasil vem ocupando o 3º lugar entre os países mais promissores para investimento”, afirma Vieira no relatório de perspectivas para 2013, divulgado na última quarta-feira (26). Em uma visão conservadora, o economista enxerga o Ibovespa em 68.000 pontos, enquanto que para um viés mais otimista o principal índice de ações da BM&FBovespa pode bater os 72.000 pontos – atualmente, o benchmark do mercado brasileiro encontra-se em 61.000 pontos.

Contudo, Vieira ressalta que é importante que o investidor monitore alguns aspectos, como por exemplo o preço internacional das commodities, que devem seguir apresentando forte volatilidade. Isso porque as produtoras de matérias-primas respondem por uma grande fatia da composição do Ibovespa – a mineradora Vale (VALE3, VALE5), por exemplo, possui atualmente cerca de 10% da carteira do índice, e a maior parte das suas operações está vinculada ao mercado externo. Outro cuidado importante citado pelo economista é com as empresas que possuem necessidade de financiamento.

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Problemas persistem no exterior
As questões internacionais que travaram o mercado de ações em 2012 devem seguir impactando em 2013, comenta Vieira. Na Europa, as altas taxas de desemprego em importantes economias como Espanha e Grécia – cujos números já superam a casa dos 20% – devem continuar retardando qualquer sinal de recuperação da região, que deve recuar 0,1% em 2013, segundo dados da OCDE (Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico). “Entre os seis países dos 34 membros da OCDE que estarão em recessão em 2013, cinco pertencem a moeda única: Grécia (-4,5%), Eslovênia (-2,1%), Portugal (-1,8%), Espanha (-1,4%), e Itália (-1%). O sexto, Hungria (-0,1%) também é europeu”, complementa o economista.

Nos EUA, a bola da vez segue com o abismo fiscal, envolvendo o impasse entre as propostas do democrata Barack Obama e do republicano John Boehner. “Essa questão se refere ao fim de incentivos fiscais implementados há quase dez anos pela administração de George Bush e ao início de cortes automáticos no orçamento em programas sociais e militares a partir de janeiro de 2013. O valor a ser retirado da economia chega a US$ 607 bilhões”, explica Vieira. Com a retirada desse montante, o temor é de que o PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano volte a desacelerar, podendo chegar até a uma recessão.

Contudo, sobre esse assunto, o economista da Souza Barros diz que um acordo deve surgir em breve, fica apenas a questão de quando será anunciado. “No ano passado já assistimos essa novela e a votação aconteceu no último minuto do segundo tempo. Se a votação não acontecer, os EUA entra em recessão, e o Fed teria que continuar com sua política monetária de ‘curtíssismo prazo'”, explica.

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Brasil: fatores positivos, porém pontuais
Olhando para o front doméstico, Vieira afirma que a economia deve apresentar um desempenho melhor em 2013 sobretudo por conta de questões como a isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), redução da taxa Selic e eventos como Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 – que devem intensificar a necessidade de investimentos em infraestrutura. No entanto, o economista da Souza Barros pondera ao dizer que, embora bastante favoráveis, esses eventos são pontuais, o que não garantem um crescimento sustentável de longo prazo.

“Assim, no campo interno conviveremos com baixo crescimento, carência de investimentos, infraestrutura ruim e escassez de mão de obra de qualidade”, afirma. Aliado a isso, o Brasil tem enfrentado ainda um problema de aumento de inadimplência, o que tem impedido um crescimento mais vigoroso das concessões de crédito ao consumidor. Por conta disso, o economista da Souza Barros não aposta em um crescimento muito acelerado do PIB brasileiro no próximo ano. “Estamos trabalhando com crescimento de 2,5% a 2,8% para 2013”, diz Vieira.

As “top 10” da Souza Barros
Neste cenário, Clodoir Vieira diz que existem oportunidades em setores como de consumo, varejo, bens de capitais, educação e saúde. Para 2013, o economista da Souza Barros montou uma carteira recomendada trazendo 10 ações, todas elas atreladas aos segmentos mencionados, exceção apenas para a Vale. Em 2012, as carteiras recomenadas pela Souza Barros acumulavam uma performance positiva de mais de 50% até novembro, figurando entre as primeiras colocadas no Ranking elaborado pelo Portal InfoMoney.

Todos os 10 papéis citados pela corretora apresentam um desempenho superior ao Ibovespa em 2012 – até o fechamento da última quarta-feira (26), o índice mostrava alta de 7,41%.

Confira as 10 ações recomendadas pela Souza Barros para 2013:

Ação Código Desempenho em 2012*
Ambev AMBV3 57,94%
Comgás CGAS5 40,47%
Hypermarcas

HYPE3

91,29%
Kroton KROT3 147,42%
OdontoPrev ODPV3 26,70%
Pão de Açúcar PCAR4 36,28%
Raia Drogasil RADL3 78,40%
Sabesp SBSP3 73,23%
Totvs TOTS3

24,59%

Vale VALE5 14,02%

*Até o fechamento de quarta-feira (26)

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers