Arezzo (ARZZ3) cai 22% no ano com vendas fracas, mas por que Goldman reitera compra?

Embora reconheça que existem riscos, Goldman acredita que esses já estão excessivamente descontados nos preços atuais do papel

Felipe Moreira

Loja da Arezzo. (Reprodução do Facebook)
Loja da Arezzo. (Reprodução do Facebook)

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Com fraco desempenho das vendas em partes de seu negócio principal no primeiro trimestre (1T24) e preocupações dos investidores em relação à proposta de fusão com o Grupo Soma (SOMA3), a ação da Arezzo (ARZZ3) acumula queda de 22% no ano.

Apesar disso, o Goldman Sachs reiterou recomendação de compra para ação da varejista e preço-alvo de R$ 74, pois embora reconheça que existem riscos, acredita que esses já estão excessivamente descontados na avaliação atual.

O papel da Arezzo está sendo negociada a 13 vezes e 11 vezes Preço/Lucro para 2024 e 2025, bem abaixo da sua média histórica de negociação e no extremo inferior da faixa para seus pares globais.

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Para o Goldman, o crescimento das principais marcas de calçados e vestuário da companhia no 1T24 foi decepcionante, especialmente devido à fraqueza nas vendas para clientes multimarcas (-4% na base anual) e no canal de franquias (+1% anual). As vendas diretas ao consumidor (DTC) também desaceleraram (para +6% na base anual de +13% no 4T23).

Segundo o banco americano, investidores ainda expressaram preocupações sobre essa fraqueza em algumas das marcas principais da Arezzo, pois isso limita a visibilidade sobre o desempenho no curto prazo, ao mesmo tempo em que a varejista está adicionando mais complexidade com a proposta de fusão com a Soma.

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“Alguns investidores se preocupam que a execução possa ser negativamente impactada pelo fato de a administração ter que dividir sua atenção entre a liberação de valor da Soma e o enfrentamento dos desafios em suas marcas legadas”, diz o relatório.

Além disso, existe a preocupação de que a Arezzo esteja mudando de uma estratégia de crescimento orgânico para predominantemente inorgânico. “Embora os investidores reconheçam que a administração estabeleceu um histórico positivo com a aquisição e integração da licença da Vans e da marca Reserva, eles tendem a ver o crescimento impulsionado por fusões e aquisições como mais arriscado, portanto, merecendo um múltiplo menor”, explica analistas.

O Golman Sachs comenta que o CEO da Arezzo, Alexandre Birman, está visivelmente focado na reestruturação da operação da Hering, conforme interações recentes com a empresa.

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Nesse contexto, o banco acredita que essa priorização faz sentido, dado o potencial valor a ser desbloqueado, mas entende que isso transfere a responsabilidade de enfrentar os desafios das marcas legadas para a liderança dessas unidades de negócios. Luciana Wodzik, que está à frente da divisão de calçados, está na Arezzo há mais de 27 anos, tendo liderado a Schutz anteriormente. Rony Meisler, fundador da marca Reserva, está liderando a operação da AR&CO.

Do ponto de vista das marcas, a desaceleração no crescimento das receitas foi relativamente ampla, com todas as principais marcas do portfólio da varejista desacelerando sequencialmente. “A administração apontou para uma base de comparação geral difícil e uma demanda macroeconômica mais fraca de clientes de alto padrão, com a alocação de orçamento potencialmente mudando para entretenimento e viagens”, diz o relatório.

E, embora reconheça que mudanças no calendário também desempenharam algum papel, o banco americano acredita que a dinâmica aponta para a maturidade geral de suas marcas principais.

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A Schutz teve um desempenho inferior mais uma vez, com as vendas contraindo (-3% ano a ano no 1T24 contra alta de 4% ano a ano no 4T23). A outra marca principal da empresa, Arezzo, também apresentou desaceleração sequencial, mas manteve um crescimento geral bastante sólido de 9% ano a ano no 1T24 (de +13% ano a ano no 4T23).

Por fim, o banco projeta que a Arezzo crescerá em vendas, Ebitda ajustado e lucros, em média, +10%, +11% e +12% ao ano em 2024 a 2026, mas acredita que a avaliação seria pouco exigente mesmo adotando expectativas mais conservadoras em relação ao crescimento.