Arco Educação recebe proposta de General Atlantic e Dragoneer para fechar capital; ações fecham com salto de 27,7% na Nasdaq

Analistas avaliam que possível oferta de aquisição das ações da Arco é positiva, mas avaliação está abaixo do valor justo

Felipe Moreira

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As gestoras de investimentos General Atlantic e a Dragoneer enviaram ao Conselho da Arco Educação uma proposta preliminar para adquirir todas as ações ordinárias Classe A em circulação não pertencentes a elas e à família controladora (Oto de Sá e Ari de Sá). A empresa educacional brasileira é dona dos sistemas COC, Dom Bosco e Ari de Sá e é listada na Nasdaq. Os papéis dispararam 25,77%, a US$ 11,37, na bolsa americana.

Segundo o documento, os fundadores estão apoiando a transação proposta e, nos termos da oferta, manterão o mesmo poder de voto que têm agora (ou seja, continuarão a controlar a empresa). O preço de compra proposto pela General Atlantic e pela Dragoneer para cada ação ordinária Classe A é de US$ 11 por ação.

A Arco esclareceu que o Conselho precisa avaliar a proposta e não há garantia de que alguma oferta definitiva será feita.

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O Itaú BBA avalia a operação como positiva para as ações, implicando em um prêmio de 22% sobre o preço de fechamento de quarta-feira (30).

Primeiramente, o BBA destaca que, embora a transação seja suportada pelos fundadores, o preço foi definido pelos fundos, e “ainda não temos a opinião dos fundadores sobre este valor proposto”.

No entanto, embora o preço de compra proposto represente um prêmio considerável em relação ao preço atual, analistas destacam que a ação está sendo negociada perto de sua mínima histórica (queda de 58% no acumulado do ano) e o preço proposto está abaixo do valor justo valor calculado para a empresa (a US$ 17 por ação).

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Além disso, a transação (a US$ 11/ação) avaliaria a empresa em 18 vezes e 12 vezes o múltiplo de preço sobre o lucro (P/L) em 2023 e 2024, respectivamente, o que não parece uma avaliação exigente.

O Morgan Stanley destaca que a oferta está 35% abaixo do preço-alvo de US$ 17, o que pressupõe uma reclassificação para 12 vezes o valor da firma sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EV/Ebitda) ajustado de 2023.

Morgan tem perspectivas otimistas para Arco

Analistas do Morgan Stanley acreditam ainda que o valor anual do contrato (ACV, na sigla em inglês) de 2023 é um potencial catalisador de curto prazo, que provavelmente será anunciado durante os resultados do 3T22 (hoje após o fechamento do mercado). O banco espera uma confirmação da história de crescimento da Arco: +24% na base anual (+21% no Core, +35% no Suplementar).

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“Acreditamos que os sistemas de aprendizado ainda têm espaço para penetrar no mercado de conteúdo principal e a Arco deve liderar o processo de consolidação”, comenta Morgan Stanley, em relatório. “A expansão suplementar continua sendo a próxima oportunidade de crescimento.”

Além disso, Morgan Stanley diz que há espaço para uma expansão significativa da margem (ex isaac) a partir do próximo ano, já que a inflação parece ter atingido o pico e a melhor situação financeira das escolas permite um aumento saudável dos preços.

O Morgan Stanley e Itaú BBA mantiveram classificação overweight (equivalente à compra) e preço-alvo de US$ 17, o que representa valorização de 88% em relação ao preço de fechamento de quarta-feira (30) de US$ 9,04.