Aquisição da Dafiti pela Renner criaria gigante varejista com “ímã” de marcas e tráfego online, avalia Bradesco BBI

Mercado vem especulando sobre quem será o próximo alvo da companhia na estratégia de fusões e aquisições após aumento de capital, em abril

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Desde o follow-on de R$ 4 bilhões da Lojas Renner (LREN3), em abril, analistas do mercado financeiro têm especulado sobre quem será o próximo alvo da companhia na estratégia de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês). Para o Bradesco BBI, Dafiti é uma das principais candidatas.

Em relatório divulgado na quinta-feira (30), os analistas Richard Cathcart, João Andrade e Renan Sartorio escrevem que a aquisição da empresa seria uma decisão bem acertada, dado o sistema alinhado entre as companhias, permitindo a criação de uma gigante varejista com R$ 5 bilhões em volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) no e-commerce.

Com um portfólio composto por mais de seis mil marcas e mais de 400 mil produtos à venda no site, a Dafiti possui operações em diversos países da América Latina, como Brasil, Argentina, Chile e Colômbia. Em 2020, a companhia teve faturamento de R$ 3,4 bilhões.

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A Dafiti conta ainda com um serviço de assinatura (Dafiti Prime), em que oferece frete grátis sem valor mínimo de compra e coleta para trocas, e possui um cartão de crédito próprio (Dafiti Card), que pode ser usado em outros estabelecimentos comerciais.

“Acreditamos que a Dafiti poderia ser uma aquisição atraente para a Renner, pois traria 8 milhões de clientes ativos, quase R$ 4 bilhões de GMV, um mercado bem desenvolvido e categorias complementares (beleza, roupas esportivas e utensílios domésticos) – todas peças significativas do quebra-cabeça do ecossistema”, destaca o trio de analistas.

Em troca, escreve o time, a Renner poderia oferecer sua expertise de lojas físicas e em gestão de estoque, assim como, de desenvolvimento de produtos e serviços financeiros. Além disso, o negócio online poderia se tornar um “ímã” de tráfego e marcas, avalia o BBI, com a Renner se firmando como um destino especializado em moda.

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Dentre as principais sinergias com a aquisição, o Bradesco BBI cita ganho de margem bruta, custo de frete, custos duplicados (que poderiam ser cortados), serviços financeiros e marketplace, que é uma área mais explorada pela Dafiti, mas na qual a Renner ainda é relativamente nova.

“Se a Renner adquirisse a Dafiti, a combinação das lojas físicas da Renner e suas habilidades no desenvolvimento de produtos e gerenciamento de estoque, juntamente com a experiência da Dafiti de mercado e comércio eletrônico de forma mais ampla, criariam um negócio com muito mais potencial de crescimento”, escrevem os analistas.

Na avaliação do Bradesco BBI, contudo, caso houvesse a aquisição, Renner pagaria um prêmio significativo.

O banco estima, para Renner, um acréscimo potencial de R$ 6 por ação com a compra da Dafiti, o que implica um bom cenário para fusões e aquisições, principalmente pelo fato de a companhia estar sendo negociada a um múltiplo de preço sobre lucro de 25 vezes para 2022.

O Bradesco BBI tem recomendação outperform (performance acima da média do mercado) para as ações LREN3 e preço-alvo de R$ 52, o que implica potencial de alta da ordem de 51% ante o fechamento de quinta-feira (30).

Em junho, a XP já havia divulgado um relatório no qual destacava a Dafiti como candidata preferida da Renner após aumento de capital.

Ainda que a empresa fosse a mais cotada, os analistas da XP destacaram desafios em relação ao interesse do controlador (GFG) em vender o ativo, “o que poderia levar a um valuation mais esticado”.

Nesta sexta-feira (1), por volta das 16h05, os papéis LREN3 apresentavam alta de 4,7%, negociados a R$ 36,04.

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