Aprovação da fusão com a Cobasi impulsiona Petz (PETZ3); veja o que vem agora

Aprovação reduz riscos da tese e permite que as equipes de gestão comecem a progredir na captura de sinergias potenciais

Felipe Moreira

Fachada de uma das lojas da Petz. (Foto: Divulgação)
Fachada de uma das lojas da Petz. (Foto: Divulgação)

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A aprovação da fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi pelo CADE, ainda que acompanhada de restrições, foi recebida como um alívio pelo mercado e deu novo impulso aos papéis da rede de pet shops, que subiram mais de 4% na quarta-feira (10).

A decisão encerra quase dois anos de incertezas regulatórias e abre caminho para a captura de sinergias, enquanto analistas destacam que o desinvestimento de 26 lojas não deve comprometer a liderança do grupo. Os próximos passos agora se voltam à integração das operações e ao potencial de valorização no médio prazo.

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O Bradesco BBI avalia o anúncio de forma positiva, pois encerra o processo há muito aguardado que começou em abril de 2024, reduzindo os riscos da tese e permitindo que as equipes de gestão comecem a progredir na captura de sinergias potenciais, com a conclusão prevista para 2 de janeiro de 2026.

Embora algumas medidas corretivas fossem amplamente esperadas, a magnitude delas era incerta. De fato, analistas do BBI acreditam que a desinvestimento obrigatório em 26 lojas (3,3% das vendas líquidas dos últimos doze meses da nova companhia) dificilmente comprometerá a posição de liderança e as vantagens competitivas da empresa no estado de São Paulo e no Brasil.

Diante disso, o Bradesco BBI prevê que o preço atual das ações da PETZ3 implique uma avaliação da empresa resultante de aproximadamente 14 vezes o P/L (Preço sobre Lucro) de 2026, um prêmio de 32% em relação aos seus pares do varejo, enquanto os riscos macroeconômicos e de execução parecem ser inerentes ao futuro. O BBI manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 5.

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Na mesma linha de cautela, a XP Investimentos reiterou recomendação neutra. A corretora avalia que o ritmo de ganhos deve continuar pressionado por um ambiente competitivo mais acirrado, além de lembrar que experiências anteriores de integração em fusões e aquisições costumam envolver períodos de transição conturbados. Ainda assim, a XP afirma manter uma visão construtiva sobre as sinergias esperadas, que podem sustentar uma perspectiva mais favorável para a nova companhia.

Apesar do resultado ser menos favorável do que a posição inicial do CADE, que não previa medidas, a XP ainda vê a aprovação como positiva, pois acredita que os investidores aguardavam o encerramento deste capítulo para reavaliar o caso.

Além disso, a exigência de 26 lojas está alinhada com sua avaliação prévia sobre o assunto, na qual estimava cerca de 38 possíveis fechamentos, dos quais 34 seriam no estado de São Paulo. De modo geral, a XP acredita que a integração passaria por uma revisão completa do portfólio mesmo em um cenário sem medidas, e a seleção feita pelo CADE não representa uma parcela significativa da receita da empresa.