Após subir mais de 1%, Ibovespa fecha no zero à espera do Datafolha; dólar perde os R$ 4,10

Índice chegou a abrir com fortes ganhos seguindo a disparada da semana passada, mas passou a ter bastante volatilidade durante a tarde de olho no cenário eleitoral

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após chegar a subir mais de 1%, o Ibovespa passou a ter forte volatilidade na tarde desta segunda-feira (10) de olho no cenário externo, onde os índices fecharam entre leves perdas e ganhos, e também na divulgação de pesquisas eleitorais. Com isso, o mercado deixou para trás os ganhos de quinta-feira após o atentado contra o candidato Jair Bolsonaro.

O benchmark da bolsa brasileira fechou com leve alta de 0,03%, aos 76.436 pontos, após subir 1,15% na máxima do dia. O volume financeiro ficou em R$ 8,533 bilhões. O dólar comercial, por sua vez, recuou 0,26%, cotado a R$ 4,0935 na venda. Já o dólar futuro com vencimento em outubro deste ano teve alta de 0,72%, a R$ 4,098, recuperando a forte queda de quinta após o ataque contra Bolsonaro, quando caiu mais de 2%, se descolando do mercado à vista.

Mais cedo o mercado reagia positivamente também ao desempenho dos ADRs (American Depositary Receipts) durante o feriado e à mais recente pesquisa eleitoral – FSB/BTG Pactual – a primeira após o atentado contra Bolsonaro. Assim, o noticiário político segue dando o tom.

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O atentado contra Bolsonaro é visto pelo mercado como um fator para enfraquecimento da esquerda. Assim, os investidores repercutem de forma positiva a subida do candidato do PSL nas pesquisas – a exemplo do que ocorreu com o levantamento FSB/BTG Pactual, divulgado nesta segunda-feira, e que apontou o deputado subindo de 26% para 30% nas intenções de voto estimulada.

Enquanto isso, Ciro Gomes (PDT) aparece em segundo lugar com 12%; já Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB) e Fernando Haddad (PT) estão embolados na terceira posição com 8% dos votos cada (confira a pesquisa clicando aqui). Nesta segunda, após o fechamento do mercado, está prevista a divulgação da pesquisa Datafolha feita também nesta segunda-feira. 

Conforme destaca a equipe de análise da XP Política, Bolsonaro tem chance de reconfigurar sua campanha conforme quiser e, por alguns dias, o candidato será o principal tópico na mídia, e somente depois haverá acomodação. Assim, o ritmo de “ataque” das outras campanhas será ditado pelo quadro de saúde do candidato. “A visão é que ficou mais difícil para seus adversários disputarem as eleições contra ele em termos simbólicos e táticos”, avalia a XP Política.

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Está no radar dos investidores outra pesquisa, do Datafolha, que deve ser coletada ao longo do dia e divulgada às 19h. “O maior temor neste momento é quem será o opositor de Bolsonaro, já que este está praticamente garantido no segundo turno. A pesquisa BTG ainda mostra elevado índice de rejeição ao candidato do PSL e a soma dos candidatos à esquerda (Marina, Ciro e Haddad) é praticamente a mesma do ex-capitão. Além disto, Alckmin patina nos seus 8% e a campanha do tucano recua dos ataques à Bolsonaro”, observa José Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos.

Atenção ainda para mais reveses sofridos por Lula na Justiça Eleitoral. O ministro Luís Roberto Barroso, vice-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), reforçou no domingo (9), a proibição do uso do nome do petista como candidato ao cargo de presidente. Além disso, a direção do PT vai convocar reunião para terça-feira (11), em Curitiba, data limite para a substituição de Lula na corrida presidencial. Na ocasião, o nome de Fernando Haddad (PT) deve ser alçado à cabeça de chapa. 

No exterior, os investidores seguem tensos com a possibilidade de os Estados Unidos taxarem os produtos chineses. Na sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse que as tarifas de US$ 200 bilhões podem “ocorrer muito em breve”.

Destaques de ações
A Bradespar chamou atenção na ponta positiva após o Itaú BBA iniciar a cobertura das ações da companhia com recomendação “outperform” (acima de média do mercado, o equivalente a compra) e preço-alvo de R$ 36,50 ao fim de 2019, um potencial de alta de 20,3%. Segundo os analistas, o acordo entre a Bradespar, Litel e Elétron poderia encerrar uma disputa de 10 anos e levar a um aumento de 20% em relação aos valores atuais da ação.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 QUAL3 QUALICORP ON 15,99 +4,10 -46,54 56,60M
 BRAP4 BRADESPAR PN 31,44 +3,59 +13,47 110,78M
 CIEL3 CIELO ON 14,50 +2,69 -36,84 64,87M
 CSNA3 SID NACIONALON 8,54 +2,28 +1,91 49,55M
 RADL3 RAIADROGASILON 75,67 +1,91 -17,22 71,19M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 FLRY3 FLEURY ON 24,24 -4,90 -15,30 48,41M
 SMLS3 SMILES ON 46,80 -4,27 -35,11 41,51M
 SUZB3 SUZANO PAPELON 52,77 -3,03 +183,71 213,38M
 BRKM5 BRASKEM PNA 59,80 -3,02 +45,50 109,19M
 CCRO3 CCR SA ON 9,09 -2,99 -42,79 55,58M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN N2 19,26 +1,42 1,12B 1,05B 43.244 
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 28,55 +0,39 596,79M 333,63M 33.938 
 VALE3 VALE ON 53,22 -0,49 496,40M 737,63M 19.842 
 BBAS3 BRASIL ON 28,93 -1,36 408,58M 345,50M 28.694 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN ED 42,71 +0,26 366,25M 498,50M 18.883 
 MGLU3 MAGAZ LUIZA ON 121,86 -2,67 236,95M 202,74M 9.313 
 PETR3 PETROBRAS ON N2 22,20 +1,28 234,02M 202,89M 12.950 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 18,29 -0,16 216,34M 289,68M 18.735 
 SUZB3 SUZANO PAPELON 52,77 -3,03 213,38M n/d 15.689 
 B3SA3 B3 ON 21,88 +0,18 141,64M 191,77M 17.785 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.